Category Archives: Desastre Corporativo

Poluição devasta rio Teles Pires e causa revolta aos Kaiabi

Uma grande mancha de óleo cobriu parte do rio Teles Pires, divisa do Mato Grosso com o Pará, no início do mês de novembro prejudicou a pesca e contaminou o fornecimento de água de pelo menos 15 aldeias indígenas daquela região.

Boto rosa morto pela contaminação no rio Teles Pires foi visto pelos Kaiabi boiando em suas águas

Segundo o cacique Tawari Kaiabi, sua aldeia foi afetada diretamente pela mancha de óleo.“Não podemos mais consumir a água do rio, nem pescar para comer. Nosso modo de vida foi alterado”.

Após a contaminação os Kaiabi passam a depender do recebimento de água limpa em galões que vem de barco.

Tawari também contou que a saúde dos índios foi afetada. “Depois do vazamento as crianças e os adolescentes estão com diarreia e nossa suspeita é que tenha sido causada pela contaminação”, disse, explicando que tenta convencer os indígenas a não tomar a água.

Não se sabe se a origem da mancha vem da hidroelétrica construída no Rio Teles Pires, de algum vazamento de óleoduto, ou das balsas garimpeiras da região. Tristes e revoltados, os Kaiabi agora recebem galões de água de canoa, exigindo explicações e reparações imediatas dos responsáveis.

Votorantim ameaça a vida no Rio Camaquã com reativação de mina de chumbo e zinco

Ambientalistas, indígenas e ativistas estão se articulando para barrar a ativação da mina de chumbo e zinco pela Votorantim, na localidade de Minas do Camaquã, Caçapava do Sul (RS).

A ativação desta mina pode potencialmente poluir centenas de quilômetros de um dos maiores rios da região, afetando diretamente a vida de centenas de milhares de pessoas que vivem as margens do rio, os rejeitos da mina pode tornar tóxico e contaminado uma das paisagens mais lindas do bioma pampa. Entre as várias localidades potencialmente afetadas estão três terras indígenas guarani, entre elas a Pacheca, localizada próximo a foz do Rio Camaquã. Ainda que boa parte da população da região seja contra a mineração, a Votorantim e o governo seguem apressados no processo burocrático de ativação da mina.

Outras minas controladas pela Votorantim – como a instalada no município de Vazante (MG) que contaminou pesadamente com arsênio o rio Paracatu e seus afluentes – costumam destruir fontes de água potável e contaminar o solo em vastas regiões.

Terra perderá dois terços da vida selvagem até 2020

Um relatório do grupo ambientalista WWF e da Sociedade de Zoologia de Londres divulgado em 27 de outubro indica que a vida selvagem poderá ser reduzida em 67% em todo o mundo, num período de apenas 50 anos até o final desta década.

O relatório chamado ‘Planeta Vivo’ destaca que, entre 1970 e 2012, população global de peixes, aves, mamíferos, anfíbios e répteis diminuíram 58%. Num período de 50 anos, que termina em 2020, essas populações poderão ser reduzidas em até dois terços do total!

O relatório, afirma ainda que este cenário se dá por conta da forma como as sociedades industriais exploram o planeta, a níveis sem precedentes.

A principal causa da destruição dos habitats selvagens é a agricultura extensiva. “Atualmente, a agricultura ocupa cerca de um terço da área total da Terra e é responsável por quase 70 % do uso da água”, afirma o documento.

O relatório aponta ainda para fatores como a industrialização e a urbanização como extremamente nocivos a vida selvagem.

Com níveis alarmantes de extinção, as organizações chamam atenção para evidências de que o que os cientistas chamaram de “a sexta extinção em massa” está em andamento, como mais espécies desaparecendo diariamente, hoje, do que as taxas diárias de outros processos de extinção em massa, como o que levou ao fim os dinossauros.

Indígenas e Manifestantes encaram tanques, tropas de choque e helicópteros contra o oleoduto em Standin Rock (EUA)

Uma vez mais os sioux e centenas de apoiadores enfrentaram o aparato de guerra montado para garantir a construção de um megaoleoduto em suas terras sagradas.
Policiais armados, tanques e helicópteros atacaram as multidão na Reserva Sioux de Standin Rock, na Dakota do Norte. Os protetores da água revidaram o ataque dos aparatos de repressão com pedras e fogo dando início a uma verdadeira batalha campal.

 

(Leia a Matéria em Inglês Abaixo)

The massive police action went down in an effort to remove protestors from private property — protestors who prefer to be called “protectors” and who didn’t plan on going anywhere — at least not willingly.Activists lit tires on fire, while police used ear piercing sonic devices and shot horses, in what will surely go down as one of the most heated standoffs in the ongoing war over pipeline projects in America.Several arrests have been reported from the ground, as authorities used busses to transport activists while scanning the air with airplanes and helicopters.https://www.facebook.com/cempoalli.twenny/videos/10210840743645258/Awareness around DAPL has grown tremendously over the past month after award-winning journalist and anchor of Democracy Now! Amy Goodman dropped a media bombshell with a video report showing a squad of paid, non-licensed security goons siccing attack dogs and macing Native American activists with pepper spray — this, after the pipeline company, Energy Transfer Partners LP, had intentionally bulldozed over known sacred burial sites of the Standing Rock Sioux Tribe on an otherwise peaceful Labor Day weekend. Five days later Goodman was charged with criminal trespass for her reporting, which brought yet another wave of media attention to the issue.

Armed police working to clear pipeline protest camp

These are live pictures from Cannonball, ND where Dakota Access Pipeline protesters are facing off with law enforcement officers who are trying to force them off private property. http://bit.ly/2dM0oBXNOTE: The video may be interrupted and contains NSFW language.

Posted by NBC4 on Donnerstag, 27. Oktober 2016

You may recap law enforcement agencies and the National Guard moving in on Native American protectors attempting to thwart DAPL in the video players below just below.

Fonte: EnviroNews

Fracking, nova ameaça para o povo indígena Barí

Durante este mês de agosto comemoraram-se o dia da Pachamama e o dia internacional dos povos indígenas, comemorações que além de uma data no calendário, distanciam-se muito de ser reconhecimentos reais ao uso da terra e à realidade indígena colombiana. Este é o caso do povo indígena Barí, um dos 90 povos indígenas da Colômbia que conseguiram manter intacta sua cultura, tradição e língua apesar das agressões que tiveram que sofrer desde a chegada dos espanhóis até a atualidade.

Historicamente habitaram o vale do rio Catatumbo, localizado no departamento do Norte de Santander e a fronteira com a Venezuela, território que se caracteriza ademais por possuir boa parte das reservas petrolíferas da Colômbia, assim como carvão e abundante recurso hídrico. Atualmente, o povo Barí está composto por 23 comunidades e 417 famílias assentadas em cinco municípios: o Carmen, Convención, Teorama, o Tarra e Tibú, região conhecida como o Catatumbo Colombiano.

Apesar de ser um povo pacífico que por cosmovisão se relaciona harmonicamente com a natureza, teve que recorrer ao confronto para defender seu território, inicialmente, na época da conquista e colônia enfrentaram-se com o homem branco que vinha da Europa, mais adiante, em princípios do século XX às companhias multinacionais petroleiras que violentaram a cultura e sítios sagrados do povo Barí. Afirmam os Barí que uma de suas cabanas foi queimada e pouco tempo depois chegou uma empresa para extrair petróleo neste lugar.

Na década de 2000 a comunidade indígena Barí resistiu a maior arremetida paramilitar na história da Colômbia, asseguram que seu território e inclusive suas próprias casas foram usadas como bases paramilitares por mais de seis anos.

Hoje prepara-se para enfrentar uma nova ameaça, o fracking ou fraturação hidráulica, técnica de exploração de óleo não convencional proibida em países como França, Canadá e o estado de New York nos Estados Unidos pelos desastres ambientais e múltiplas enfermidades que produzem à população, mas, paradoxalmente para o governo Colombiano e Ecopetrol, o fracking é a técnica que se deve usar. Desta maneira asseguram que se opõem a esta questionável técnica e que desde já se preparam para enfrentar esta nova ameaça.

Vídeo:https://www.youtube.com/watch?v=MohOtXoqDO4

Fonte: ANA

Tradução > Sol de Abril

Conselho Mbyá Guarani barra madereiras em terras indígenas na argentina

No dia 27 de julho , os Mbyá-guarani reuniram-se para mais um encontro Aty Nhexyrõ – conversa em roda. O encontro ocorreu na aldeia Ka’ákupe, em Misiones, Argentina. Foi marcado pela primeira vez que o Estado argentino realizava uma consulta prévia aos povos originários a respeito do interesse de empresários em explorar áreas indígenas.

Como um verdadeiro fantoche de interesses privados, o Estado argentino apareceu ao lado dos empresários, advogados e engenheiros das empresas. Dizia mediar a reunião, mas depois os próprios empresários revelaram que já possuíam uma autorização do Ministério de Ecologia y Recursos Naturales para cortarem as árvores que queriam.

A primeira empresa, Coschirt, apresentou seu projeto de explorar 641 hectares localizados a 100 metros das casas mbyá na aldeia de “Arroyo 9”, defendendo que só iriam cortar as maiores árvores por “não servirem para mais nada”. A resposta das lideranças foi veemente: “Não”. Os motivos eram muitos: como medir a serventia de uma árvore se até ela cair sua casca serve de medicina, e suas frutas, cada vez mais maduras, servem de alimento às crianças? Os empresários antes otimistas com suas explicações técnicas amparadas na legislação ambiental argentina não acreditavam no que ouviam. Vherá, filho de Tupã, bradou que se os empresários viessem com suas máquinas destruindo a floresta, Tupã viria logo atrás com seus raios e trovões, passando por cima não mais dos mbyá, mas dos brancos que ali estivessem. Com força gritou que a luta cosmológica mbyá é para manter os céus em pé para todos, não só para eles. Por isso tudo, mas não por tudo isso a resposta a empresa era: “Não, que voltassem para suas casas”.

Depois de uma saraivada de críticas aos interesses dos primeiros engenheiros. A segunda empresa, Carbac SA, apresentou um discurso muito mais moderado. O caso era que eles possuíam uma autorização de um antigo cacique para explorarem uma área de 2932 hec. a menos de 50 metros das casas mbyá na aldeia de Kaá Poty. O detalhe era que o antigo cacique era analfabeto, cego e extremamente doente quando assinou tal autorização – veio a falecer poucos meses depois. Mais uma vez os Mbyá mostraram sua força e mandaram parar todas as máquinas da empresa, revogando a autorização do antigo cacique.

A reunião terminou com os Mbyá dançando tangará ao som do violão e violino, e cantando: yvy pave mba’é, yy pave mba’é, kaygua pave mba’é – “A terra é pra todos, a água é pra todos, as matas são pra todos”

Quem lucra com as hidroelétricas que levarão morte ao rio Tapajós?

A Amazônia e seus habitantes estão constantemente ameaçados pela ganância desenvolvimentista do grande capital e seu funcionário, o governo brasileiro. Mais de 375 quilômetros quadrados de floresta estão para ser inundados para a construção de 32 hidroelétricas na bacia do rio Tapajós.

Mesmo antes da construção,o desmatamento na região irá alcançar índices sem precedentes. Após a inundação, a floresta morta submersa apodrecerá liberando enormes quantidades de metano na atmosfera intensificando ainda mais o efeito-estufa.

Terras indígenas como a Sawré Muybu já foram sufocadas sob o peso do lobby industrial: sua demarcação foi embargada. A construção dessas megaobras afetarão as vidas centenas de milhares, indígenas e ribeirinhos. Os Mundurukus perderão seu rio sagrado, as terras em que habitavam seus ancestrais. Muitos serão forçados a viver em conjuntos habitacionais, ou nas periferias das cidades. Em nome do lucro de uns poucos, a vida de muitos será sufocada. Mas quem é a minoria que manobra o estado para garantir seus lucros com tamanha desgraça?

Os políticos que afirmam que as hidroelétricas são para gerar energia para o povo, mentem descaradamente na defesa dos interesses de seus patrões. Os ganhos serão para corporações, indústrias de metais pesados, construtoras, megamineradoras e latifundiários. Seus portos, estradas, minas e parques industriais ocuparão o espaço que foi um dia a floresta.

Existirá alguma força que possa impedir essa enorme tragédia ambiental anunciada? Qual é a resposta que merecem esses ecocidas?

Senado aprova construção de hidroelétrica em terra kaingang em Santa Catarina

No 16 de março, uma Comissão do Senado (Cidadania e Justiça) aprovou a construção de mais uma hidroelétrica na Terra kaingang de Toldo Chimbangue, Santa Catarina.

Através do decreto legislativo 53/2014 a CCJ do Senado autorizou a exploração hidroelétrica e consequente destruição do bioma do rio Irani.O que se viu uma vez mais foi a manipulação de discursos de respeito a diversidade ambiental e cultural, e apologia à políticas de compensação que nada compensam.

Esta aprovação mostra como palavras vazias “cidadania e justiça” são manipuladas para encobrir intenções etnocidas. Para além da máscara desbotada da democracia, o estado segue trabalhando em favor dos interesses dos que têm poder e influência. A noção de cidadania não inclui os indígenas, ao contrário, serve a manutenção e expansão dos privilégios acumulados por governantes, latifundiários e empresários.

Megaconstruções em terras indígenas evidenciam que a demarcação de terras não passa de outra falácia do “estado de direito” para pacificação das populações originárias enganadas. Para estadistas e governantes as “terras indígenas” não são de fato indígenas, mas tratadas como “vazios”, reservas de recursos a serem explorados.