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Mapuches do Chile se unem aos da Argentina e preocupam o Governo

Os mapuches da Argentina e do Chile se uniram para se mobilizar contra ambos governos preocupando as autoridades estatais, exigindo ao governador Mario Das Neves que deixe de reprimir aos indígenas em Chubut.
(Trecho do Informativo em espanhol)

Ahora el presidente Mauricio Macri le pide a Das Neves parar con la represión a los mapuches.

Esto tras la brutal represión que sufrieron los integrantes de la comunidad argentina.

Los chilenos decidieron sumarse a este reclamo y apoyar a sus hermanos, situación que preocupa al Gobierno nacional.

La semana pasada, los integrantes de la comunidad mapuche “Lof en Resistencia Cushamen” de la zona cordillerana de Chubut fueron reprimidos por parte de fuerzas federales y provinciales, en el marco de un operativo que dejó al menos tres personas heridas.

Los mapuches son pobladores de tierras ancestrales que actualmente están en disputa con el grupo empresarial Benetton y fueron acusados de “terroristas” por parte del gobierno de Das Neves. El titular del Cels y periodista de Página 12, Horacio Verbitsky, denunció una complicidad de Das Neves con el Gobierno nacional para reprimir mapuches y se burló de la definición del gobierno de Chubut en su columna de este domingo titulada “Terroristas a piedra”.

En paralelo, en la Iglesia dicen que el Papa Francisco está al tanto del conflicto y podría pronunciarse al respecto.

“Seguramente el Papa sigue los acontecimientos con mucha atención”, estimó el obispo de Esquel, José Slaby, en referencia a la situación en la cordillera chubutense por el reclamo del Lof Cushamen y las acciones del movimiento Resistencia Ancestral Mapuche. Slaby consideró en diálogo con FM El Chubut que «puede ser que también (Francisco) se pronuncie en un tiempo más» sobre los acontecimientos vividos recientemente.

Mientras el secretario de Derechos Humanos, Claudio Avruj, manifestó su “preocupación” por el conflicto y le sugirió a Das Neves que no reprima, en Chubut están en alerta por el activismo en conjunto entre chilenos y argentinos.

El presidente de la Sociedad Rural de Bariloche, Santiago Nazar, le dijo a Perfil que “si lo que sucede acá se llega a generalizar a otras regiones, como ocurre en Chile, podría ser devastador”.

Fonte: http://lmdiario.com.ar/noticia/7329/los-mapuches-de-chile-se-unen-a-los-de-argentina-y-preocupan-al-gobierno

Novo ataque aos mapuche pelo estado chileno

Em 8 de novembro, o estado policial chileno empreendeu um novo ataque ao povo mapuche, enviando tropas para Walmapu, na região de Tirua – sul do Chile, para perseguir e reprimir dissidentes indígenas nas localidades de Curapaillaco ,Cura Tranaquepe, Puerto Choke, Antiquina, Lleu lleu, Canihua e arredores.

Na operação foram usados caminhões blindados, helicópteros, centenas de policiais e soldados armados. Casas foram invadidas e pessoas agredidas e revistadas.

Os Mapuche responderam bloqueando estradas com árvores e sabotando a infraestrutura de controle. Na região estão as chamadas “zonas de Sacrifício” das instalações de megapapeleiras e infraestrutura para extração de recursos, em parcerias entre empresas beneficiadas como a Benetton e o estado chileno.

Os Mapuche vem lutando desde o início da colonização por seu território, nunca se submetendo aos colonizadores. Eram hostis às frentes colonialistas e as elites espanholas, e nutrem o mesmo sentimento em relação ao estado chileno e as elites de seu país. Por trás do projeto nacional chileno, reconhecem os mesmos velhos aparatos de extermínio.

Investida Mapuche contra o colonialismo cristão no Chile

A resistência radical mapuche segue firme pela defesa de terras sagradas, da cultura e saberes ancestrais em território governado pelo Estado chileno.

Desta vez não foi apenas contra o governo do Chile que os indígenas se levantaram em digna raiva: Investiram contra símbolos de um colonialismo europeu que dura até os dias de hoje e que quase acabou com todas as culturas nativas destas terras do sul da América.

Foi em abril deste ano que simpatizantes da causa mapuche atacaram e queimaram uma igreja católica e uma evangélica, uma ação incendiária contra figuras catequizadoras. Testemunhas disseram que foi um ataque rápido onde chegaram armados disparando e logo colocaram fogo nos edifícios, fugindo em seguida.

Dois cartazes foram deixados no local. Em clara referência aos ataques cristãos contra os indígenas, num deles se lê: “nossos avós e ancestrais dos índios também morreram queimados  e assassinados ‘pela cruz e a espada’ Liberdade. P.P.M.”

O outro advertia “todas as igrejas serão queimadas” e exigia a libertação de indígenas presos por lutarem pela causa mapuche.

[Chile] Porque como anarquistas apoiamos a luta autônoma do povo mapuche

O conflito entre o Estado chileno e o Povo Mapuche nasce com a própria formação e imposição do Estado. E se agudiza com o estabelecimento de assentamentos fortemente militarizados no território do Povo Mapuche: o Wallmapu. Estes assentamentos trouxeram consigo a imposição da cultura ocidental através de sangue e fogo, exterminando os habitantes autóctones da zona.

Desde os anos 90 à atualidade, a luta do Povo Mapuche têm buscado diversas formas de combater o Estado e o capitalismo. A miséria, a fome, a injustiça e a desigualdade econômica nas zonas ao sul do Chile têm demonstrado que o inimigo não é só o Estado/nação, senão que também é o sistema capitalista no qual habitamos. São justamente, estes pontos os que iremos desenvolvendo ao longo deste texto, com o fim de responder a nossa inquietude: Como anarquistas apoiamos a luta do Povo Mapuche?

amapuchesNós afirmamos que sim, apoiamos esta luta. Em primeiro lugar, devido a que nossos inimigos são os mesmos. Na atualidade, várias comunidades mapuches têm identificado como seu principal inimigo o capitalismo e suas instituições, esclarecendo como suas lógicas levam o mundo ao colapso.

Embora nós não possuímos a mesma cultura nem cosmovisão e temos certas apreensões com suas formas organizativas, compartilhamos a mesma necessidade de soberania e autodeterminação. Por isso que, nos identificamos com a busca do controle tanto de nossas vidas como de nossos territórios.

Para sermos mais claros, o Povo Mapuche tem notado, da mesma forma que o pensamento ácrata, a relação direta que tem para a implantação do capitalismo, o surgimento do Estado moderno. Não há que esquecer que a consolidação dos Estado/nação latino-americanos esteve nas mãos de sangrentas guerras contra os territórios indígenas que conseguiram manter autonomia no período colonial, como por exemplo o Wallmapu.

A estratégia mapuche tem direta relação com a autodefesa – ou resistência -, uma luta por recuperar e defender suas terras, terras que pertenceram a seu povo ancestralmente. O ataque às empresas florestais na Araucanía tem que ver diretamente com o rechaço à exploração brutal da terra por parte do empresário. Esta exploração se consuma na introdução de espécies estranhas, como o Eucalipto e o Pinho¹ e o mono-cultivo após sua plantação, o qual traz consigo nefastas consequências para o ecossistema do Wallmapu. Por sua
vez, o Estado chileno subvenciona as empresas florestais pela plantação destas árvores, confundindo a restauração de bosque nativo com a exploração da terra². Em efeito, a indústria florestal é uma das indústrias mais importantes dentro da zona, no entanto, é uma das mais daninhas no Wallmapu. Por trás disto se encontram as causas da marginalização e pobreza do povo mapuche, que por culpa destas empresas se viram deslocados de suas terras ancestrais e obrigados a situarem-se em outros setores menos produtivos.

Por outro lado, o lugar que toma o Estado dentro deste conflito, tem diretamente que ver com sua própria natureza. O Estado busca o controle e a administração de nossas vidas, para proporcionar-nos uma “liberdade” de submissão e obediência³, estabelecendo um marco jurídico-legal que delimita um território no qual reclama ter o monopólio da violência. Ou seja, qualquer indivíduo, coletivo e/ou comunidade que resista a sua ordem se transforma em um/a inimigx e o Estado buscará anulá-lo por meio de repressão e sua legalidade irracional. O Povo Mapuche se tem dado conta que o capitalismo – e seu Estado-nação – impõe um sistema que os marginaliza e impõe as lógicas mercantis, rompendo com suas tradições ancestrais – e o que é mais grave ainda, sua própria autonomia.

Enfim, nós como anarquistas, apoiamos a luta do Povo Mapuche, porque nossos inimigos são os mesmos. E aí estaremos, sempre que nos necessitem: com nossa presença, com a difusão de propagandas e comunicados e com tudo o que seja necessário para prejudicar a nossos inimigos e resistir a seus ataques. Por nossa liberdade e autonomia. Como companheirxs, não como guias nem especialistas. As receitas não as temos. Apostamos que a solidariedade é necessária para a luta contra a totalidade que é o capitalismo mundial. A diversidade de lutas em convergência é uma força inesgotável, que não poderão parar. Os processos já foram iniciados e é responsabilidade nossa
fazer desta, nossa história.

Nossa convergência e união é: nossa resistência e nosso ataque.

*Colectivo La Peste*
http://lapeste.org

*Notas:*

[1] Estas árvores requerem um grande consumo de água, secando rios. Por sua vez, que o monocultivo e o uso indiscriminado do solo (sem dar-lhe descanso) gera erosão e contaminação da água, tornando improdutiva a terra para tarefas agrícolas.

[2] “O Decreto de Lei 701 estabeleceu um subsídio de 75% do investido em plantações florestais, abriram-se créditos especiais e isenções tributárias (liberação de impostos), grande quantidade de solo passou a ser decretado de uso preferencialmente florestal, vendo-se seus donos obrigados a plantar e reflorestar, mais ainda se estabeleceu sanção a quem investir estes dinheiros em agricultura ou pecuária. A atividade florestal passou a ser considerada uma atividade social muito lucrativa.” Em:
http://www.resumen.cl/index.php?option=com_content&view=article&id=5805:ley-de-fomento-forestal-ano-decisivo-para-la-agricultura-chilena&catid=16:ecologia&Itemid=60

[3] Weber indica que o Estado é uma relação de dominação de homens sobre homens por meio de uma violência legitimada socialmente. O político e o científico. Alianza Editorial, 2003. p. 84

Tradução > Sol de Abril

*agência de notícias anarquistas-ana*

Na noite sem lua
o mar todo negro
se oferece em espuma
Eugénia Tabosa