Leonard Peltier: um guerreiro há 40 anos na prisão

Leonard Peltier é um sábio do aguerrido povo Lakota Sioux. Peltier também faz parte do Movimento Indígena Americano (AIM). Este indígena tem sobrevivido de cabeça erguida a mais de 40 anos de prisão.  Sentenciado em 1975 pelo assassinato de dois agentes do FBI no Incidente em Oglala em Wounded Knee, seu nome está na longa lista de indígenas encarcerados pelo governo dos EUA por lutarem por seus povos contra o sistema colonial americano racista. Sua prisão está ligada também a oposição do AIM a caciques corrompidos pela colonização como Richard Wilson, traidores que enriqueceram enquanto seus parentes passam fome, com milícias montadas para perseguir quem discorda ou não se submete ao seu autoritarismo. Os inimigos de Peltier pensaram que poderiam calar sua voz isolando-o em uma jaula. Mas o confinamento só aumentou o fogo em suas palavras. Hoje ele é mundialmente conhecido como guerreiro das causas indígena e anticarcerária. Em 2000 publicou o livro “Escritos na Prisão: Minha Vida é Minha Dança do Sol” (Prison Writings: My Life Is My Sun Dance) com sua história, sua luta por terra e justiça. Para saber mais sobre a história dos Sioux Oglala leia “Enterrem meu coração na curva do rio”. Sobre a história de Leonard Peltier, assista o documentário “Incidente em Oglala”.

Não sei como salvar o mundo. Não tenho as respostas para esta questão. Não guardo nenhum saber secreto de como consertar os erros das gerações passadas e presentes. Só sei que sem compaixão e respeito por todos os seres da Terra, nenhum de nós sobreviverá – nem merecerá sobreviver.” – Leonard Peltier

[Video] Sentindo o outro lado: perseguição e resistência kaingang em Kandóia

Após o bloqueio de uma estrada, em um protesto contra as eternas mentiras (promessas) dos políticos, a comunidade Kaingang de Kandóia (RS) entra em confronto se com colonos locais. Dois colonos sequestram um jovem kaingang, e acabam sendo mortos no enfrentamento. Semanas depois, a Policia Federal e representantes da FUNAI detêm cinco lideranças da comunidade em uma armadilha disfarçada de reunião. Diante disso, uma mulher kaingang kujá (pajé), sonha com a mãe de um dos presos que pessoalmente não conhece, e decide viajar até Kandóia para dar consolo. As perseguições, a montagem midiática e política que seguiram a estes acontecimentos. Uma resistência que se inscreve em uma cosmologia própria, onde o lugar dos conhecimentos dos kujá aparecem como motor para continuidade da luta.