Kaiabi detêm 7 funcionários da hidroelétrica Teles Pires

Após a destruição ambiental causada por um vazamento de óleo no rio Teles Pires, em 24 de novembro os Kaiabi detiveram uma engenheira e seis funcionários da construção da hidroelétrica.

Os indígenas exigem a presença do presidente da FUNAI e ministros. Após a FUNAI se comprometer em cumprir as solicitações  dos Kaiabi, os funcionários foram liberados 24 horas depois  sem ferimentos.

Poluição devasta rio Teles Pires e causa revolta aos Kaiabi

Uma grande mancha de óleo cobriu parte do rio Teles Pires, divisa do Mato Grosso com o Pará, no início do mês de novembro prejudicou a pesca e contaminou o fornecimento de água de pelo menos 15 aldeias indígenas daquela região.

Boto rosa morto pela contaminação no rio Teles Pires foi visto pelos Kaiabi boiando em suas águas

Segundo o cacique Tawari Kaiabi, sua aldeia foi afetada diretamente pela mancha de óleo.“Não podemos mais consumir a água do rio, nem pescar para comer. Nosso modo de vida foi alterado”.

Após a contaminação os Kaiabi passam a depender do recebimento de água limpa em galões que vem de barco.

Tawari também contou que a saúde dos índios foi afetada. “Depois do vazamento as crianças e os adolescentes estão com diarreia e nossa suspeita é que tenha sido causada pela contaminação”, disse, explicando que tenta convencer os indígenas a não tomar a água.

Não se sabe se a origem da mancha vem da hidroelétrica construída no Rio Teles Pires, de algum vazamento de óleoduto, ou das balsas garimpeiras da região. Tristes e revoltados, os Kaiabi agora recebem galões de água de canoa, exigindo explicações e reparações imediatas dos responsáveis.

Convocatória – Jornada pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco

A LUTA PELO FIM DO ENCARCERAMENTO É INTERNACIONAL!

O Coletivo Herzer traduziu a convocatória da “Jornada pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco”, uma jornada de lutas com diversas atividades e mobilizações que ocorreu no México, do dia 24 de agosto ao 30 de setembro de 2016.
Tlanixco é uma comunidade indígena, localizada próxima à Cidade do México, que foi vítima da criminalização por parte do Estado, ao ter seis membros/as da comunidade presos/as há mais de 10 anos, pelo simples fato de lutarem pela defesa de sua água. Tlanixco pede apoio internacional à todos/as que se solidarizem com sua causa e queiram lutar também pela libertação dos/as presos/as.

Convocatória – Jornada pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco

Ao Congresso Nacional Indígena

Ao Comitê Clandestino Revolucionário Indígena – Comandância Geral do EZLN

À Sexta Nacional e Internacional

À Red contra la Represión y por la Solidaridad

Com especial dor e carinho, às comunidades, famílias e amigos de presas e presos por defender a vida

Às comunidades, tribos, bairros e nações de México e do Mundo

Às companheiras e companheiros que lutam no Mundo

Às companheiras e companheiros dos meios de comunicação livres, autônomos, alternativos ou como se denominam

Recordando que esse nosso México dia a dia continua sendo devastado pelas políticas ferozes do grande capital, sistema encarnado como uma hidra pelas grandes empresas multinacionais que buscam os nosso recursos, enquanto os maus governos locais, estatais e federais continuam os entregando e submetendo com terror, morte e cárcere à quem ainda defende nossas terras e territórios, nossa água, nossa vida.

Não esquecemos que nas guerras de conquista de 1492, de independência em 1810 e de revolução em 1910, as e os indígenas pariram essa nossa pátria. Que em troca de nosso sangue derramado fomos negadas e negados juridicamente, até o levantamento de EZLN em 1994, quando uma nova luz de esperança se levantou, se materializando nos acordos de San Andrés. Também não esquecemos que essas esperanças foram traídas pelos três partidos políticos no poder, PRI, PAN e PRD no ano de 2001 e agora os governos, através de sua política institucional indigenista nos dominam, nos dividem e pretendem nos exterminar negociando nossos direitos de migalha em migalha.

Nós homens, mulheres, crianças e anciãos da comunidade indígena Nahua de San Pedro Tlanixco, compartilhamos nossa palavra e damos a conhecer nossas próximas ações pela liberdade de nossas presas e nossos presos. Iniciamos a Jornada pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco, do dia 24 de agosto até dia 30 de setembro de 2016. Chamamos nossos irmãos e irmãs da sexta nacional e internacional, para que em seus tempos, modos e geografias se somem a essa campanha com as ações que considerem pertinentes.

O Movimento pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco, seguimos lutando pela liberdade de nossas e nossos seis guardiões e guardiãs do território, que estão nas garras do Estado. Seu único delito cometido e comprovado, que reconhecemos plenamente; foi defender a água da nossa comunidade.

Depois de mais de 10 anos de larga e dolorosa espera, no passado 28 de maio se encerrou o processo penal das companheiras e dos companheiros: Lorenzo Sánchez Berriozábal, Marco Antonio Pérez González e Dominga González Martínez, nas mãos do juiz criminal de primeira instância do distrito judicial de Toluca, México Maximiliano Vázquez Castañeda. Denunciamos a falta de resposta e atenção por parte das autoridades responsáveis, uma vez que se tem violado continuamente os direitos processuais constitucionais das companheiras e dos companheiros, postergando o ditar da sentença e portanto submetendo-os a um encarceramento injusto.

Já temos condenados injustamente nossos companheiros Teófilo Pérez González a 50 anos de prisão, Pedro Sanchez Berriozábal a 52 de anos de prisão e Rómulo Arias MIreles a 54 anos de prisão. Nossos 6 defensores da água e da vida tem sofrido na própria carne a mais vil da injustiças, estando há 13 anos privados de liberdade, por defender a vida, por defender a água.

O que nem o juiz nem nenhuma outra autoridade estatal e federal se põe a pensar, é que nesses anos em que eles tem estado na prisão, suas famílias tem vivido cada dia e cada noite não apenas com a dor e a angústia de não tê-los. As mães tem que tomar conta das crianças de seus filhos, os filhos tem vivido a falta de um pai ou uma mãe, e estão muito ressentidos. Sem falar em tudo o que temos de viver para ver aos nossos familiares, estarmos enfileirados de duas a três horas para entrar na penitenciária, levar roupas especiais para entrar, aguentando as restrições de comida e o tratamento indigno que recebemos dos funcionários.

Os pais de Pedro, a mãe de Marco Antonio, a mãe de Dominga, o pai de Rómulo faleceram sem poder voltar a ver seus filhos. E para a suposta Justiça de nosso país isso não vale, não conta, como se as pessoas não sentissem, como se nem fossemos pessoas, como se fossemos uma coisa, um objeto que não sente nada.

Essa injustiça tem que parar, porque nossos companheiros e nossas companheiras não cometeram nenhum delito e viveram tantos anos de prisão injustamente. Exigimos ao Governo Federal, do Estado e ao juiz,  nas mãos de quem está a possibilidade de resolver essa sentença autoritária, pois é o mínimo que merecem nossos companheiros.

É através desse meio então que convocamos a todos os corações dignos e honestos do México e do mundo, para que se somem e nos apoiem a essa digna exigência.

Para tanto, estaremos realizando as seguintes atividades:

Jornada pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco.

* 24 de Agosto. Início da Jornada pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco. Foro José Revueltas. Do lado do Auditório Che Guevara. 5pm. Ciudad Universitaria. UNAM.

* 7 de Setembro. 27 anos de luta em defesa da água e da vida de San Pedro Tlanixco, 1989 – 2016. Punto Gozadera. Plaza San Juan # 15. Centro. Delegación Cuauhtémoc. Metro Salto del Agua. 6pm.

* 21 de Setembro. 13 anos de prisão e injustiça para os defensores da água a da vida de San Pedro Tlanixco, 2003 -2016. UNIOS. Doctor Carmona # 32. Colonia Doctores. Ciudad de México. D.F. Metro Cuauhtémoc. 7 PM.

* 25 de Setembro. Festival cultural pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco. Começa às 10 am. Na comunidade indígena Nahua de San Pedro Tlanixco. Saindo da central de Observatório, pegar um ônibus que vá a Tenango del Valle, comprando a passagem no guichê da Estrella de Oro. Pedir para descer na última parada de Tenango. Perguntar pelas combis que vão à Tlanixco (saem a uma quadra de onde para o ônibus). Descer onde no ponto final. Buscar a rua “Reforma” e desce-la (tomar a esquerda) até o final.

* 30 de Setembro. Reunião pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco. Nos juzgados de Santiaguito. Almoloya de Juárez. Estado de México. 12 am.

* Pronunciamento de coletivos, indivíduos e organizações sociais nacionais e internacionais pela liberdade das e dos defensores da água e da vida em San Pedro Tlanixco. Durante as atividades estaremos recolhendo assinaturas que serão anexadas ao pronunciamento, o qual será entregue ao Juiz Maximiliano Vázquez Castañeda. Para nossos irmãos e nossas irmãs da Sexta Nacional e Internacional, deixamos adjuntos os dados do juizado, assim como das instancias estatais e federais às quais se podem dirigir exigências através de suas sedes ou casas de representação do Estado de México.

Instâncias às quais se pode mandar pronunciamentos pela liberdade das e dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco:

1.-  Juiz primeiro penal de primeira instancia do distrito judicial de Toluca, México, Maximiliano Vázquez Castañeda. Com residencia em Santiaguito, Almoloya de Juárez, Estado de México.

2.- Ao Presidente da República Mexicana, Enrique Peña Nieto. Residencia Oficial de los Pinos Casa Miguel Alemán Col. San Miguel Chapultepec, C.P. 11850, Ciudad de México

3.- Ao Governador do Estado de México, Eruviel Ávila Camacho. Calle Jesús Carranza Sn, Residencial Colón, 50120 Toluca de Lerdo, México.

Pela liberdade dos presos políticos da CNI e da Sexta!

Pela reconstituição integral de nossos povos! Nunca mais um México sem nós!

La Sexta ¡Va!

Movimento pela liberdade dos defensores da água e da vida de São Pedro Tlanixco

Congresso Nacional Indígena

Red contra la Represión y por la Solidaridad

(Tradução feita pelo Coletivo Autônomo Herzer)

Texto original em espanhol aqui

Para quem se interessar, vejam a página do facebook do movimento e o seu site.

Nota de repúdio às declarações de Jair Bolsonaro em visita a Roraima

O Conselho Indígena de Roraima – CIR, organização indígena criada há mais de 40 anos para defender os direitos e interesses dos povos indígenas de Roraima veementemente repudia as declarações do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) no que diz respeito ao processo de demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, bem como repudia as manifestações absurdas sobre a vivência dos povos indígenas locais, conforme vídeo publicado em sua rede social Facebook, na última quinta-feira, 17, durante a sua visita ao estado de Roraima.
Um vídeo gravado na sede da organização Sociedade de Defesa dos Índios Unidos de Roraima (SODIUR) é só mais um retrato da antiga reação contrária ao processo de demarcação das terras indígenas, em especial, a Terra Indígena Raposa Serra do Sol, conquistada com luta e resistência pelos povos indígenas de Roraima e do Brasil. E essa conquista, é um fato irreversível, garantido como cláusula pétrea na Constituição Federal Brasileira de 1988, na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e demais instâncias internacionais sobre o direito dos povos indígenas e direitos humanos.
A Terra Indígena Raposa Serra do Sol é um caso efetivado pelo Supremo Tribunal Federal – STF, por meio do Decreto 15 de Abril de 2005, uma conquista dos povos originários, Macuxi, Wapichana, Patamona, Taurenpag e Ingaricó, que lutaram sempre de forma pacífica, sem responder aos inúmeros atos de violência, ameaças e destruições causadas pelos invasores que tentaram se apossar das terras indígenas. Então, essa proposta absurda do deputado de “desmarcar” a TI Raposa Serra do Sol, trata – se de mais uma manobra política de tentar causar instabilidade e insegurança as comunidades indígenas, assim como promover mais um ataque social, político e cultural aos povos indígenas locais.
Os invasores que estiveram por longos anos na Terra Indígena Raposa Serra do Sol e demais terras indígenas é fruto da histórica invasão e a tentativa de colonização do Brasil e em Roraima, não foi diferente. Mas os povos indígenas resistiram e graças, a essa luta e resistência, hoje, as comunidades indígenas estão livre desses invasores que em nome do agronegócio, capitalismo e do interesse próprio, ainda tentam de todas as formas, promover a insegurança quanto ao nosso direito já está garantido.
Em relação à proposta de construção da hidrelétrica na Cachoeira do Tamanduá na TI Raposa Serra do Sol (PDL 2540/2006), também é um fato já negado pela justiça, inclusive, pela Comissão de Constituição e Justiça Cidadania que, em março de 2015, deu parecer pela INCONSTITUCIONALIDADE da proposta de construção da hidrelétrica. Justamente, por não respeitar os procedimentos legais da Constituição Brasileira, principalmente, o direito de consulta às comunidades indígenas.
Por outro lado, os povos indígenas da Raposa Serra do Sol sabem do potencial energético existente na região. A prova disso é o Projeto Cruviana, uma parceria entre esta organização indígena, o Instituto Socioambiental (ISA) e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA) que atendeu e vem atendendo todas as formas legais da Constituição, principalmente, o direito de consulta às comunidades indígenas. Um projeto que serve de exemplo, não só aos povos indígenas de Roraima, mas do Brasil que veem no projeto Curviana, uma forma saudável de gerar energia e de atender a população, sem agredir e nem destruir o meio ambiente, nem destruir o futuro das novas gerações.
Quanto às declarações dos membros da SODIUR, uma organização indígena criada por influências do Governo e políticos locais, sempre tratou a questão indígena com resistência e jamais admitiu a constitucionalidade do processo de demarcação em área contínua a Terra Indígena Raposa Serra do Sol. Por isso, não nos impressiona, a recepção feita ao deputado Jair Bolsonaro, bem como as colocações feitas a respeito do processo de demarcação, a vivência das comunidades indígenas, assim como a atuação desta organização indígena.
O CIR, organização indígena criada de forma legítima, transparente e de renome local, regional, nacional e internacional, nos últimos anos têm desenvolvido projetos voltados ao desenvolvimento sustentável das comunidades indígenas, fortalecendo o potencial agrícola, bovina, piscicultura e demais formas de cultura sustentáveis existentes nas terras indígenas, seja nas terras demarcadas em áreas contínuas e áreas demarcadas em ilhas. A exemplo, existem sete Planos de Gestão Territorial e Ambiental (PGTA) em Roraima, alguns já implementados nas Terras Indígenas Boqueirão, Mangueira, na região do Tabaio, nas Terras Indígenas Aningal e Vida Nova, na região do Amajari e na Terra indígena Jacamim, na região da Serra da Lua.
Além disso, o CIR também tem atuando na articulação e execução de projetos que promovam a autogestão das terras indígenas, principalmente, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, onde já existem dois escritórios regionais, na região do Baixo Cotingo e Raposa, construídos para atender a demanda regional, sobretudo, a demanda de elaboração e execução de projetos sustentáveis. Em outras regiões os escritórios estão em fase de construção e a meta é que em todas as oito regiões tenham essa estrutura, cujo objetivo é fortalecer a autonomia das comunidades na gestão dos seus territórios tradicionais.
Por fim, diante das falsas acusações e declarações absurdas de um político de baixa credibilidade nacional, cuja postura descumpre o bom senso da ética e da moral, esta organização indígena criada por lideranças indígenas sérias, comprometidas verdadeiramente com o bem estar coletivo das comunidades indígenas e comprometidas com a defesa dos direitos e interesses dos povos indígenas, não se intimidará a mais esse ataque, reafirmando assim, uma luta coletiva pelos direitos dos povos indígenas de Roraima e do Brasil.
Boa Vista, 21 de novembro de 2016.
Conselho Indígena de Roraima 

Violência policial contra os kaingang em Passo Grande da Forquilha

Uma operação de guerra foi organizada no dia 23 de novembro contra os Kaingang da terra indígena Passo Grande da Forquilha, municípios de Sananduva e Cacique Doble, Rio Grande do Sul. A mando de fazendeiros da região, 180 soldados da polícia federal e da brigada militar invadiram a comunidade com armas, cães e cavalos com o objetivo de deter lideranças e desarticular a luta pelos territórios. Um helicóptero e muitas viaturas foram utilizadas na operação.

‘Violenta e humilhante’ foi como os kaingang descreveram a ação da polícia: Toda a comunidade, foi rendida, mulheres, velhos e crianças foram obrigados a deitar no chão sob a mira de armas. Líderes foram presos por portarem arcos e flechas.

No Brasil o agronegócio e o poder legislativo e judiciário vêm agindo em conjunto contra os povos indígenas. Os meios de mídia comerciais tem ocultado e distorcido os fatos, afirmando que os indígenas são criminosos invasores das propriedades e fazendas; povos que há pelo menos 13 mil anos estão neste continente.  Diante desta agressão, os Kaingang afirmaram que seguirão lutando contra a violência e opressão do estado, uma vez que estão há mais de 500 anos resistindo.

Estado Brasileiro julgado por genocídio em Tribuna Popular

Na véspera do Dia da Consciência Negra, 19 e novembro, o Estado Brasileiro foi colocado no banco dos réus. Julgado numa tribuna popular na cidade de São Paulo pelos crimes de genocídio contra os negros, indígenas, e pessoas pobres. Durante o julgamento foram apresentados uma série de casos e evidências recentes do genocídio naquela região.

Um jovem negro é assassinado a cada 23 minutos no Brasil. A cada ano são assassinados 23.100 negros na faixa etária de 15 a 29 anos. A taxa de homicídios contra negros é 4 vezes maior que a observada entre jovens brancos.

Índios manifestam na Esplanada dos Ministérios
Data: 11/11/2015 – Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados

Estas são algumas evidências do genocídio da população negra em andamento, no campo, nas periferias e em grandes centros urbanos.

Centenas de milhares de indígenas têm sido exterminados desde o início da colonização através da escravidão, através do roubo de suas terras ancestrais, através da destruição das paisagens em que vivem, através do envenenamento e do assassinato, através do desrespeito institucionalizado de seus modos de ser. Foram e seguem sendo dizimados em iniciativas de extermínio privadas e estatais, para benefício de oligarquias, e todos estes crimes foram acobertados pela cegueira seletiva da justiça estatal.

Porque participar da Luta e da Resistência Indígena

Vivemos num mundo onde – para além das miragens de bem-estar e satisfação – caminha a passos frenéticos e atrapalhados rumo ao colapso e à destruição. É importante, neste contexto, lembrarmos de onde viemos, que outras formas de existir não só são possíveis como reais. Só esta memória lembra pode no mínimo embaçar o vidro da tela desta ilusão civilizada e o olhar que ela nos impõe.

São em questões como território, água, vida, ser e deixar ser. que o confronto entre os interesses da máquina civilizada e luta pela existência dos povos livres se torna mais evidente.

A máquina civilizada quer devorar tudo, em seu anseio por lucro ela coisifica e produtifica a vida. Dominar recursos e transformar tudo em mercado, declara guerra não só contra os indígenas, mas contra os interesses da vida como um todo.

O único caminho – para que não sejamos esmagados, para que não nos tornemos escravos de corpo e alma a serviço dos interesses “desenvolvimentistas” da máquina – é que é preciso conhecer e fortalecer a resistência indígena.

Nós, deserdados de uma cultura outra – alheia a este projeto que nos empurra a loucura – juntamo-nos também a resistência que é a luta pela existência de modos-de-ser que a civilização tem se empenhado em não deixar ser.

Somos todxs indixs, ou melhor, unidos contra tudo aquilo que pretendem obrigar-nos a ser. Livres, e sem o peso de culpa, de sua domesticação e moral, com que pretendem nos roubar, ao nosso espirito, e a nossa vontade, a nossa conexão com a terra, a nossa mãe…tudo o que há de sagrado.

Votorantim ameaça a vida no Rio Camaquã com reativação de mina de chumbo e zinco

Ambientalistas, indígenas e ativistas estão se articulando para barrar a ativação da mina de chumbo e zinco pela Votorantim, na localidade de Minas do Camaquã, Caçapava do Sul (RS).

A ativação desta mina pode potencialmente poluir centenas de quilômetros de um dos maiores rios da região, afetando diretamente a vida de centenas de milhares de pessoas que vivem as margens do rio, os rejeitos da mina pode tornar tóxico e contaminado uma das paisagens mais lindas do bioma pampa. Entre as várias localidades potencialmente afetadas estão três terras indígenas guarani, entre elas a Pacheca, localizada próximo a foz do Rio Camaquã. Ainda que boa parte da população da região seja contra a mineração, a Votorantim e o governo seguem apressados no processo burocrático de ativação da mina.

Outras minas controladas pela Votorantim – como a instalada no município de Vazante (MG) que contaminou pesadamente com arsênio o rio Paracatu e seus afluentes – costumam destruir fontes de água potável e contaminar o solo em vastas regiões.