Category Archives: Presos indígenas

Palavras de Chase Iron Eyes Informações atualizadas de 24 de fevereiro sobre Standing Rock

https://www.youtube.com/watch?v=Ps8h7PtG6xU

(Leia abaixo a transcrição parcial da fala de de Chase Iron Eyes)
“Olá meus parentes. Aqui é Chase Iron Eyes. Estou atualmente na Dakota do Norte. Vim para um lugar que tem Wireless para que eu possa fazer uma transmissão ao vivo (live feed), só dar uma atualizada no que aconteceu desde 22 de fevereiro que foi a data que o governo e o aparato repressor da Dakota do Norte decretou para expulsão (despejo) do acampamento de Oceti Sakowin, o campo ao norte do rio Cannon Ball, que está num território reinvindicado com base em um tratado, com apoio de leis internacionais, com base no tratado de 1868 e 1851 como muitos de vocês sabem. O acampamento foi limpo, as últimas detenções foram feitas. Em torno de 40 pessoas foram presas nas últimas 48 horas, ontem, 23 de fevereiro.

Nós estamos por aqui hoje, está muito frio, mas os pontos de checagem (check points) seguem de pé. Ao sul do acampamento, o BIA (Bureau de Assuntos Indígenas) montou pontos de checagem para limitar o acesso, para impedir mais pessoas de chegarem nos locais dos acampamentos.

Sempre que falo, me refiro a geografia:

http://wikimapia.org/#lang=pt&lat=46.390280&lon=-100.609188&z=13&m=b&search=Cannon%20Ball

O acampamento Oceti fica a norte do rio Cannon Ball, existem três acampamentos que ficam ao sul desse rio, eles são o acampamento Sacred Stones que foi o primeiro a ser montado em 2 de fevereiro de 2016. Havia o acampamento Rose Bud, e havia o acampamento Black Hood.

O acampamento Rose Bud foi destruído em uma operação do BIA e sua força policial, que é uma polícia federal indígena que tenta empurrar para algumas reservas as leis federais.

Existe um grande equívoco, você olha pra eles e eles são indígenas, e veja, elas são policiais, são wichita,  Ao invés de defender as leis federais, deveriam proteger as ordem que é proteger a Mãe Terra, de proteger a sacralidade de nossas reservas de água. Mas não funciona assim: A BIA fa parte do Departamento de Interior, e costumava fazer parte do Departamento de Guerra. A BIA colaborou com agentes do Departamento de Alcool e Drogas, e com o FBI. Eu não vejo ninguém com identificação do FBI durante a invasão, mas eles estão por todas as partes na reserva porque eles mantêm jurisdição sobre crimes maiores em terras indígenas.

Os pontos de checagem seguem de pé indo aos acampamentos do norte da reserva das sete nações. E o bloqueio de estrada mais militarizado da história da Dakota do Norte é o da ponte de Blackwater, lugar do Incidente de Desafio, e do Incidente de Susy. Tem sido lugar de muitos enfrentamentos com feridos, muitas violações de direitos. Foi onde usaram canhão de água em 20 de novembro. Muitos incidentes que são importantes de serem levados em conta. Este bloqueio ainda está de pé.

Lembram de todas as negociações com o governador do estado, em que eles disseram que a estrada estaria aberta aberta para os manifestantes? Mas eles nunca liberaram essa ponte até o oleoduto estar concluído. E nós ficamos sabendo hoje, por parceiros da companhia de transmissão energética, foi que o disseram, as escavações estão concluídas. Eu não sou especialista, eu não sei quando Trump disse que levariam algum tempo para escavar, já deve ter dado tempo suficiente para escavarem por baixo do rio e sair do outro lado. Estão prontos para instalar os tubos. Isso quer dizer que estão escavando desde janeiro.

No acampamento dava para ouvir, dava pra sentir o solo tremendo, dava pra saber que isso estava acontecendo.

(Transcrição temporariamente interrompida em 5min27)

Aparato de guerra no segundo dia de remoção do principal acampamento contra o oleoduto em Standing Rock

https://www.facebook.com/unicornriot.ninja/videos/431320347202192/

Outra vez a mídia alternativa Unicorn Riot registrou imagens do aparato de guerra que invadiu Oceti Sakowin – o principal acampamento contra a construção do oleoduto em Standing Rock – na tarde de ontem.

Uma vez mais – no segundo dia de remoção do acampamento – casas e cabanas foram incendiadas em cerimonias, barreiras foram destruídas por tratores. Dezenas de pessoas que se recusaram a abandonar o acampamento foram presas.

Fonte: Unicorn Riot

 

(Abaixo a cobertura do grupo de mídia Unicorn Riot)

Militarized Force Executes Eviction of Main #NoDAPL Encampment

Cannonball, ND – After nearly a year of struggling against the Dakota Access Pipeline’s construction underneath the Missouri River, water protectors are now scheduled to be evicted from their main encampment. [Watch our LIVE updates below]

UPDATE Thursday, February 23rd, 11:45AM: A large militarized force has moved into the Oceti Sakowin main camp. We are streaming live on “Cam 1” which is embedded below, or directly on Livestream here. Armored vehicles and riot police are moving around the camp, as many camp participants and medics have evacuated across the frozen Cannonball River to the Rosebud Camp.


As of Wednesday afternoon, the encampment, on unceded Fort Laramie Treaty land and maintained by the Army Corps of Engineers, has a few hundred water protectors still holding steady as the eviction looms.

Ceremonial fires have been raging throughout the snow-filled morning.

For our LIVE feeds from the muddy encampments, see below. If we are not live at the moment, click into the ‘event posts’ (play button) on the top right of the stream for today’s videos.

We spoke with an Indigenous elder in the late morning who talked about passively resisting the scheduled eviction, saying,

We have no intentions on leaving, we are standing on our 1868 Fort Laramie Treaty rights, we are taking an 1868 Fort Laramie Treaty stance and we are legitimate 1868 Fort Laramie Treaty representatives. For my people out there, we stand for you, and water.”

Watch the interview below:

He further stated,

This is a sacred site and we are protected by federal statutes … forcefully removing us from treaty territories is another violation. Again, we are here in peace and prayer, we are supposed to be protected and we’re not. We’re going to resist, and it’s passive resistance, we’re not going to fight them. At the same time, we’re going to be praying for them and their families for this water, that they need, that we all need.”

With less than an hour before the set eviction time of 2 p.m., many water protectors marched south out of camp towards the Cannonball bridge as more fires burned.

With less than ten minutes before the scheduled eviction, the north gate into camp was blocked with metal barricades and the security shack was lit afire.

The scheduled eviction time of 2 p.m. came and went with no loud announcements by the police. Since then, groups of water protectors and law enforcement have had discussions on Highway 1806.

More wood structures were lit on fire after 2:30 p.m. CST.

A video update from 2:50 p.m. shows fires still raging across camp with a small amount of water protectors left, riot squads readying on Highway 1806, and the media taking it all in.

After an hour and a half past the scheduled eviction time, police still had yet to enter camp and Army Corps representatives stated that they are scheduled to clean the camp at 9 a.m. tomorrow.

Watch the conversation with the policy advisor for Governor Burgum that happened on Highway 1806 around 3:30 p.m. below:

A bit after 4 p.m. CST, police officers led by the Wisconsin State Patrol started to make arrests of people on Highway 1806, including a Rabbi, legal observers, and journalists.

The person seen in the above picture being tackled by Wisconsin State Troopers and Morton County Sheriffs has been identified as Eric Poemz. While he was attacked he was livestreaming through his Facebook and can be heard screaming in pain after being tackled to the ground and saying he thinks his hip is broken.

There have been 10 arrests so far today according to Dennis Ward from Aboriginal Peoples Television Network.

At about 5 p.m. there was an update given by two water protectors who were acting as the police liaisons.

There’s no negotiating anymore, there’s no ceremonies, they’re just gunna come and arrest. But they’ve given us one last opportunity to say ‘hey we want to leave’ and if we leave then we won’t get arrested.”

They went on to say that the Army Corp of Engineers won’t be entering the camp to do any cleaning until the area is clear of people.

There’s concerns about a group in here that wants to kill the cops. They think there’s some kind of group in here, I have not seen any group like that, but they think there is.”

Meanwhile mainstream media ABC has been allowed to stand with the police and will not be arrested.

 

 

KFYR-TV, a local NBC and FOX affiliate for the Bismarck-Mandan and Dickinson, North Dakota region, was live for a press conference with North Dakota Governor Doug Burgum, Morton County Sheriff Kyle Kirchmeier, and other state and Army officials about today’s eviction.

It’s our desire that people leave voluntarily from the camp and at 9 o’clock tomorrow morning. It’s our intention in a coordinated way again with the state of North Dakota, Standing Rock Sioux Tribe, Army Corp of Engineers, to enter the Oceti Camp and continue the clean up efforts that we’ve begun in the last few weeks.”

Mapuches do Chile se unem aos da Argentina e preocupam o Governo

Os mapuches da Argentina e do Chile se uniram para se mobilizar contra ambos governos preocupando as autoridades estatais, exigindo ao governador Mario Das Neves que deixe de reprimir aos indígenas em Chubut.
(Trecho do Informativo em espanhol)

Ahora el presidente Mauricio Macri le pide a Das Neves parar con la represión a los mapuches.

Esto tras la brutal represión que sufrieron los integrantes de la comunidad argentina.

Los chilenos decidieron sumarse a este reclamo y apoyar a sus hermanos, situación que preocupa al Gobierno nacional.

La semana pasada, los integrantes de la comunidad mapuche “Lof en Resistencia Cushamen” de la zona cordillerana de Chubut fueron reprimidos por parte de fuerzas federales y provinciales, en el marco de un operativo que dejó al menos tres personas heridas.

Los mapuches son pobladores de tierras ancestrales que actualmente están en disputa con el grupo empresarial Benetton y fueron acusados de “terroristas” por parte del gobierno de Das Neves. El titular del Cels y periodista de Página 12, Horacio Verbitsky, denunció una complicidad de Das Neves con el Gobierno nacional para reprimir mapuches y se burló de la definición del gobierno de Chubut en su columna de este domingo titulada “Terroristas a piedra”.

En paralelo, en la Iglesia dicen que el Papa Francisco está al tanto del conflicto y podría pronunciarse al respecto.

“Seguramente el Papa sigue los acontecimientos con mucha atención”, estimó el obispo de Esquel, José Slaby, en referencia a la situación en la cordillera chubutense por el reclamo del Lof Cushamen y las acciones del movimiento Resistencia Ancestral Mapuche. Slaby consideró en diálogo con FM El Chubut que «puede ser que también (Francisco) se pronuncie en un tiempo más» sobre los acontecimientos vividos recientemente.

Mientras el secretario de Derechos Humanos, Claudio Avruj, manifestó su “preocupación” por el conflicto y le sugirió a Das Neves que no reprima, en Chubut están en alerta por el activismo en conjunto entre chilenos y argentinos.

El presidente de la Sociedad Rural de Bariloche, Santiago Nazar, le dijo a Perfil que “si lo que sucede acá se llega a generalizar a otras regiones, como ocurre en Chile, podría ser devastador”.

Fonte: http://lmdiario.com.ar/noticia/7329/los-mapuches-de-chile-se-unen-a-los-de-argentina-y-preocupan-al-gobierno

Grave situação dos indígenas Shuar da Cordilheira del Cóndor, no Equador

Convocatória – Jornada pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco

A LUTA PELO FIM DO ENCARCERAMENTO É INTERNACIONAL!

O Coletivo Herzer traduziu a convocatória da “Jornada pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco”, uma jornada de lutas com diversas atividades e mobilizações que ocorreu no México, do dia 24 de agosto ao 30 de setembro de 2016.
Tlanixco é uma comunidade indígena, localizada próxima à Cidade do México, que foi vítima da criminalização por parte do Estado, ao ter seis membros/as da comunidade presos/as há mais de 10 anos, pelo simples fato de lutarem pela defesa de sua água. Tlanixco pede apoio internacional à todos/as que se solidarizem com sua causa e queiram lutar também pela libertação dos/as presos/as.

Convocatória – Jornada pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco

Ao Congresso Nacional Indígena

Ao Comitê Clandestino Revolucionário Indígena – Comandância Geral do EZLN

À Sexta Nacional e Internacional

À Red contra la Represión y por la Solidaridad

Com especial dor e carinho, às comunidades, famílias e amigos de presas e presos por defender a vida

Às comunidades, tribos, bairros e nações de México e do Mundo

Às companheiras e companheiros que lutam no Mundo

Às companheiras e companheiros dos meios de comunicação livres, autônomos, alternativos ou como se denominam

Recordando que esse nosso México dia a dia continua sendo devastado pelas políticas ferozes do grande capital, sistema encarnado como uma hidra pelas grandes empresas multinacionais que buscam os nosso recursos, enquanto os maus governos locais, estatais e federais continuam os entregando e submetendo com terror, morte e cárcere à quem ainda defende nossas terras e territórios, nossa água, nossa vida.

Não esquecemos que nas guerras de conquista de 1492, de independência em 1810 e de revolução em 1910, as e os indígenas pariram essa nossa pátria. Que em troca de nosso sangue derramado fomos negadas e negados juridicamente, até o levantamento de EZLN em 1994, quando uma nova luz de esperança se levantou, se materializando nos acordos de San Andrés. Também não esquecemos que essas esperanças foram traídas pelos três partidos políticos no poder, PRI, PAN e PRD no ano de 2001 e agora os governos, através de sua política institucional indigenista nos dominam, nos dividem e pretendem nos exterminar negociando nossos direitos de migalha em migalha.

Nós homens, mulheres, crianças e anciãos da comunidade indígena Nahua de San Pedro Tlanixco, compartilhamos nossa palavra e damos a conhecer nossas próximas ações pela liberdade de nossas presas e nossos presos. Iniciamos a Jornada pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco, do dia 24 de agosto até dia 30 de setembro de 2016. Chamamos nossos irmãos e irmãs da sexta nacional e internacional, para que em seus tempos, modos e geografias se somem a essa campanha com as ações que considerem pertinentes.

O Movimento pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco, seguimos lutando pela liberdade de nossas e nossos seis guardiões e guardiãs do território, que estão nas garras do Estado. Seu único delito cometido e comprovado, que reconhecemos plenamente; foi defender a água da nossa comunidade.

Depois de mais de 10 anos de larga e dolorosa espera, no passado 28 de maio se encerrou o processo penal das companheiras e dos companheiros: Lorenzo Sánchez Berriozábal, Marco Antonio Pérez González e Dominga González Martínez, nas mãos do juiz criminal de primeira instância do distrito judicial de Toluca, México Maximiliano Vázquez Castañeda. Denunciamos a falta de resposta e atenção por parte das autoridades responsáveis, uma vez que se tem violado continuamente os direitos processuais constitucionais das companheiras e dos companheiros, postergando o ditar da sentença e portanto submetendo-os a um encarceramento injusto.

Já temos condenados injustamente nossos companheiros Teófilo Pérez González a 50 anos de prisão, Pedro Sanchez Berriozábal a 52 de anos de prisão e Rómulo Arias MIreles a 54 anos de prisão. Nossos 6 defensores da água e da vida tem sofrido na própria carne a mais vil da injustiças, estando há 13 anos privados de liberdade, por defender a vida, por defender a água.

O que nem o juiz nem nenhuma outra autoridade estatal e federal se põe a pensar, é que nesses anos em que eles tem estado na prisão, suas famílias tem vivido cada dia e cada noite não apenas com a dor e a angústia de não tê-los. As mães tem que tomar conta das crianças de seus filhos, os filhos tem vivido a falta de um pai ou uma mãe, e estão muito ressentidos. Sem falar em tudo o que temos de viver para ver aos nossos familiares, estarmos enfileirados de duas a três horas para entrar na penitenciária, levar roupas especiais para entrar, aguentando as restrições de comida e o tratamento indigno que recebemos dos funcionários.

Os pais de Pedro, a mãe de Marco Antonio, a mãe de Dominga, o pai de Rómulo faleceram sem poder voltar a ver seus filhos. E para a suposta Justiça de nosso país isso não vale, não conta, como se as pessoas não sentissem, como se nem fossemos pessoas, como se fossemos uma coisa, um objeto que não sente nada.

Essa injustiça tem que parar, porque nossos companheiros e nossas companheiras não cometeram nenhum delito e viveram tantos anos de prisão injustamente. Exigimos ao Governo Federal, do Estado e ao juiz,  nas mãos de quem está a possibilidade de resolver essa sentença autoritária, pois é o mínimo que merecem nossos companheiros.

É através desse meio então que convocamos a todos os corações dignos e honestos do México e do mundo, para que se somem e nos apoiem a essa digna exigência.

Para tanto, estaremos realizando as seguintes atividades:

Jornada pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco.

* 24 de Agosto. Início da Jornada pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco. Foro José Revueltas. Do lado do Auditório Che Guevara. 5pm. Ciudad Universitaria. UNAM.

* 7 de Setembro. 27 anos de luta em defesa da água e da vida de San Pedro Tlanixco, 1989 – 2016. Punto Gozadera. Plaza San Juan # 15. Centro. Delegación Cuauhtémoc. Metro Salto del Agua. 6pm.

* 21 de Setembro. 13 anos de prisão e injustiça para os defensores da água a da vida de San Pedro Tlanixco, 2003 -2016. UNIOS. Doctor Carmona # 32. Colonia Doctores. Ciudad de México. D.F. Metro Cuauhtémoc. 7 PM.

* 25 de Setembro. Festival cultural pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco. Começa às 10 am. Na comunidade indígena Nahua de San Pedro Tlanixco. Saindo da central de Observatório, pegar um ônibus que vá a Tenango del Valle, comprando a passagem no guichê da Estrella de Oro. Pedir para descer na última parada de Tenango. Perguntar pelas combis que vão à Tlanixco (saem a uma quadra de onde para o ônibus). Descer onde no ponto final. Buscar a rua “Reforma” e desce-la (tomar a esquerda) até o final.

* 30 de Setembro. Reunião pela liberdade dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco. Nos juzgados de Santiaguito. Almoloya de Juárez. Estado de México. 12 am.

* Pronunciamento de coletivos, indivíduos e organizações sociais nacionais e internacionais pela liberdade das e dos defensores da água e da vida em San Pedro Tlanixco. Durante as atividades estaremos recolhendo assinaturas que serão anexadas ao pronunciamento, o qual será entregue ao Juiz Maximiliano Vázquez Castañeda. Para nossos irmãos e nossas irmãs da Sexta Nacional e Internacional, deixamos adjuntos os dados do juizado, assim como das instancias estatais e federais às quais se podem dirigir exigências através de suas sedes ou casas de representação do Estado de México.

Instâncias às quais se pode mandar pronunciamentos pela liberdade das e dos defensores da água e da vida de San Pedro Tlanixco:

1.-  Juiz primeiro penal de primeira instancia do distrito judicial de Toluca, México, Maximiliano Vázquez Castañeda. Com residencia em Santiaguito, Almoloya de Juárez, Estado de México.

2.- Ao Presidente da República Mexicana, Enrique Peña Nieto. Residencia Oficial de los Pinos Casa Miguel Alemán Col. San Miguel Chapultepec, C.P. 11850, Ciudad de México

3.- Ao Governador do Estado de México, Eruviel Ávila Camacho. Calle Jesús Carranza Sn, Residencial Colón, 50120 Toluca de Lerdo, México.

Pela liberdade dos presos políticos da CNI e da Sexta!

Pela reconstituição integral de nossos povos! Nunca mais um México sem nós!

La Sexta ¡Va!

Movimento pela liberdade dos defensores da água e da vida de São Pedro Tlanixco

Congresso Nacional Indígena

Red contra la Represión y por la Solidaridad

(Tradução feita pelo Coletivo Autônomo Herzer)

Texto original em espanhol aqui

Para quem se interessar, vejam a página do facebook do movimento e o seu site.

Violência policial contra os kaingang em Passo Grande da Forquilha

Uma operação de guerra foi organizada no dia 23 de novembro contra os Kaingang da terra indígena Passo Grande da Forquilha, municípios de Sananduva e Cacique Doble, Rio Grande do Sul. A mando de fazendeiros da região, 180 soldados da polícia federal e da brigada militar invadiram a comunidade com armas, cães e cavalos com o objetivo de deter lideranças e desarticular a luta pelos territórios. Um helicóptero e muitas viaturas foram utilizadas na operação.

‘Violenta e humilhante’ foi como os kaingang descreveram a ação da polícia: Toda a comunidade, foi rendida, mulheres, velhos e crianças foram obrigados a deitar no chão sob a mira de armas. Líderes foram presos por portarem arcos e flechas.

No Brasil o agronegócio e o poder legislativo e judiciário vêm agindo em conjunto contra os povos indígenas. Os meios de mídia comerciais tem ocultado e distorcido os fatos, afirmando que os indígenas são criminosos invasores das propriedades e fazendas; povos que há pelo menos 13 mil anos estão neste continente.  Diante desta agressão, os Kaingang afirmaram que seguirão lutando contra a violência e opressão do estado, uma vez que estão há mais de 500 anos resistindo.

Novo ataque aos mapuche pelo estado chileno

Em 8 de novembro, o estado policial chileno empreendeu um novo ataque ao povo mapuche, enviando tropas para Walmapu, na região de Tirua – sul do Chile, para perseguir e reprimir dissidentes indígenas nas localidades de Curapaillaco ,Cura Tranaquepe, Puerto Choke, Antiquina, Lleu lleu, Canihua e arredores.

Na operação foram usados caminhões blindados, helicópteros, centenas de policiais e soldados armados. Casas foram invadidas e pessoas agredidas e revistadas.

Os Mapuche responderam bloqueando estradas com árvores e sabotando a infraestrutura de controle. Na região estão as chamadas “zonas de Sacrifício” das instalações de megapapeleiras e infraestrutura para extração de recursos, em parcerias entre empresas beneficiadas como a Benetton e o estado chileno.

Os Mapuche vem lutando desde o início da colonização por seu território, nunca se submetendo aos colonizadores. Eram hostis às frentes colonialistas e as elites espanholas, e nutrem o mesmo sentimento em relação ao estado chileno e as elites de seu país. Por trás do projeto nacional chileno, reconhecem os mesmos velhos aparatos de extermínio.

Leonard Peltier: um guerreiro há 40 anos na prisão

Leonard Peltier é um sábio do aguerrido povo Lakota Sioux. Peltier também faz parte do Movimento Indígena Americano (AIM). Este indígena tem sobrevivido de cabeça erguida a mais de 40 anos de prisão.  Sentenciado em 1975 pelo assassinato de dois agentes do FBI no Incidente em Oglala em Wounded Knee, seu nome está na longa lista de indígenas encarcerados pelo governo dos EUA por lutarem por seus povos contra o sistema colonial americano racista. Sua prisão está ligada também a oposição do AIM a caciques corrompidos pela colonização como Richard Wilson, traidores que enriqueceram enquanto seus parentes passam fome, com milícias montadas para perseguir quem discorda ou não se submete ao seu autoritarismo. Os inimigos de Peltier pensaram que poderiam calar sua voz isolando-o em uma jaula. Mas o confinamento só aumentou o fogo em suas palavras. Hoje ele é mundialmente conhecido como guerreiro das causas indígena e anticarcerária. Em 2000 publicou o livro “Escritos na Prisão: Minha Vida é Minha Dança do Sol” (Prison Writings: My Life Is My Sun Dance) com sua história, sua luta por terra e justiça. Para saber mais sobre a história dos Sioux Oglala leia “Enterrem meu coração na curva do rio”. Sobre a história de Leonard Peltier, assista o documentário “Incidente em Oglala”.

Não sei como salvar o mundo. Não tenho as respostas para esta questão. Não guardo nenhum saber secreto de como consertar os erros das gerações passadas e presentes. Só sei que sem compaixão e respeito por todos os seres da Terra, nenhum de nós sobreviverá – nem merecerá sobreviver.” – Leonard Peltier

26 Kaingang de Kandóia indiciados pela morte dos dois pistoleiros

kaingang1

No dia 21 de maio de 2015, foi noticiado que 26 Kaingang da Terra Kaingang de Kandóia, no município de Faxinalzinho (noroeste do Rio Grande do Sul), serão indiciados dentro de um prazo de mais ou menos duas semanas pela morte de dois pistoleiros. Estes tem sido tratados como vítimas e agricultores pela mídia burguesa no intuito de criminalzar os indígenas em luta pela terra.

Com o objetivo de desmobilizar e ameaçar a comunidade kaingang de Kandóia que bloqueava uma rodovia, estes dois pistoleiros sequestraram um adolecente kaingang no dia 28 de abril do ano passado. Em uma ação de autodefesa, os kaingangs resgataram o adolecente do controle dos pistoleiros que, após dispararem uma das armas, acabaram sendo linchados.

Legitimada pela mídia, na noite de 17 de novembro de 2014, uma mega operação policial foi efetivada contra a comunidade kaingang de Kandóia. Com mais de 270 policiais federais e estaduais, a operação rendeu toda comunisade aterrorizando as famílias que ali viviam, apontado armas para crianças e coletando material genético dos adultos com o argumento de encontrar “provas” contra os responsáveis pela execução dos “agricultores.

Incidente em Kandóia: Violência e cerco policial

Anteriormente, no dia 9 de maio de 2014, sete das lideranças de Kandóia foram detidas apos serem convocados para uma suposta reunião de “conciliação” no centro cultural de Faxinalizinho. A reunião de fato nada tinha de conciliatória, se mostrou uma armadilha montada por diferentes esferas policiais com o aval da FUNAI para capturar estas lideranças.

Solidariedade aos Kaingangs presos acusados da morte de dois agricultores

Tentando fazer passar ao encarceramento dos Kaingang como um ato de justiça, desvinculado da sua luta pela terra é mais uma estratégia do Estado ruralista para legitimar suas ações terroristas. Além de criar castigos exemplificadores, o aparato repressor colonial tem como meta remover os Kaingang de Faxinalzinho, garantindo no município a supremacia dos colonos brancos sobre os territórios ancestrais kaingang.

No entanto, ao contrário do esperado, a repressão parecem fortalecer as convicções dos kaingang em luta. No momento da sua prisão as lideranças de Kandóia mostraram-se firmeza e dignidade diante das políticas do terror do Estado. Também a comunidade de Kandoia resistiu e enfrententou com força as repercussões do encarceramento das cinco pessoas no seio da aldeia e nos arredores onde foram perseguidos continuamente, por policiais e pistoleiros colonos.

Frente as manipulações da mídia e aos enganos do Estado ruralista, não se pode ficar de braços cruzados. É de suma importância que estejamos alertas e preparados para denunciar e enfrentar esta nova onda de repressão em Kandóia.

Nosso desejo de força e vitória à comunidade de Kandóia em luta!

Sobre o Relatório da Comissão Nacional da Verdade e Povos Indígenas

O relatório final da Comissão Nacional da Verdade (CNV) em parte é uma vitória dos movimentos sociais, particularmente dos movimentos que puseram em discussão a questão indígena. Ele ratifica o que os movimentos indígenas e comitês locais já apontavam: os povos indígenas são as maiores vítimas da ditadura militar no Brasil e somam ao menos 8.350 mortos. E mais, o relatório reafirma que são mortos e desaparecidos políticos, pois lutavam para gerir autonomamente seus territórios. É também muito feliz a colocação de que o Estado Brasileiro deve garantir a reparação, especialmente devolvendo os territórios invadidos pela grilagem de terras.
Por outro lado, o relatório é uma radiografia fiel dos preconceitos que atravessam ditaduras, democracias e governos populares. O exemplo mais infeliz disso está na página 684 do relatório, quando se discute a guerrilha do Araguaia. Ali se lê, com todas as letras, o seguinte:
“prevaleciam na região as zonas de mata fechada e as áreas ainda inexploradas pela ocupação humana (em parte devido à presença maciça de povos indígenas na região)”. 
 

Waimiri-Atroari Desaparecidos na Ditadura

Waimiri-Atroari Desaparecidos na Ditadura

A oposição que se faz entre ocupação humana e ocupação indígena, muito comum na Academia e no Jornalismo, é a mais fiel demonstração da limitação de raciocínio que o preconceito promove nos indivíduos. Neste caso o preconceito é tamanho que a própria condição humana é negada aos indígenas de tal forma que não se reconheça de forma integral as graves violações de direitos humanos cometidas contra estes povos.
O infeliz preconceito se repete na distinção que se faz entre moradores e indígenas (na página 717 do relatório) e nas listas de desaparecidos onde não se vê os nomes dos Waimiri-Atroari, Kaiowá, Tenharim… E não é por falta de nomes, pois o comitê do Amazonas listou dezenas de nomes entre os mais de 2000 mortos do povo Waimiri-Atroari.
O relatório foi entregue, mas o Brasil ainda não fechou essa página sangrenta de sua história. É preciso que se esclareça cada uma das mortes, não podemos esquecer ninguém. A luta dos povos indígenas continua, é o legado dos que já se foram, sujeitos políticos que fizeram, fazem e continuarão fazendo histórica de luta sobre e pela terra.
Agora será preciso uma Comissão Multicultura da Verdade, pois ninguém pode ser esquecido!

Índios desfilam com homem pendurado no pau de arara durante cerimônia de formatura da Guarda Rural Indígena

Soldados da Guarda Rural Indígena desfilam com outro índio pendurado no pau de arara durante cerimônia de formatura, 1970

 

Manaus, 10 de dezembro de 2014.
Maiká Schwade.
Fonte: Urubuí