Martírio, documentário premiado exibe genocídio dos Kaiowá

Nem bem estreou e Martírio já um documentário aclamado pela crítica e pelo público. Sete vezes premiado em diferentes categorias e festivais, este documentário denúncia a tragédia vivida por um grupo kaiowá, em acampamentos precários, cansados da violência civilizada, temerosos diante da possibilidade de terem suas terras confiscadas pelo estado para beneficiar ricos fazendeiros.

Martírio é um registro importante do embate de forças desproporcionais no Mato Grosso do Sul, o choque entre a retomada dos territórios sagrados pelos Guarani Kaiowá e as políticas de genocídios, extermínio e massacres financiados por fazendeiros e empresários do agrenogócio com o aval do estado.

MARTÍRIO 162 minutos, cor, 2016, Brasil Direção: Vincent Carelli. Co-direção: Ernesto de Carvalho e Tita. Elenco/Entrevistados: Celso Aoki, Myriam Medina Aoki, Oriel Benites, Tonico Benites e comunidades Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul.

Assista o documentário “A Gente Luta”

PORTUGUÊS:

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Parte da série “Curtas Vídeo nas Aldeias: Olhares Indígenas”

“A gente luta mas come fruta: Trailer”

Versão de 4 minutos do filme “A gente luta mas come fruta”, de Isaac e Bebito Pianko. Relata os esforços do povo Ashaninka por preservar a floresta e manter seu modo de vida, no estado do Acre. O filme original é restultado de oficinas de formação em audio-visual para povos indígenas, dentro do projeto Vídeo nas Aldeias. Esta versão é um “Interprograma”, produzido com o apoio do programa Ponto Brasil, a ser veiculado na TV Brasil, num especial dedicado ao Vídeo nas Aldeias. Para mais informações, para adquirir o filme, ou para ver outros filmes acesse: http://www.videonasaldeias.org.br ou visite nosso canal no Youtube.

Sobre a Série

Série de 6 vídeos curtinhos que oferece um panorama da produção dos realizadores indígenas de várias partes do Brasil, e resume o momento atual do projeto Vídeo nas Aldeias. Os vídeos também exemplificam o amplo leque das temáticas abordadas pelos realizadores indígenas: de histórias tradicionais contadas pelos mais velhos, a práticas cotidianas das aldeias, passando pela relação com os recursos naturais, estratégias de sustentabilidade, e relação com o mundo de fora, até intercâmbios culturais. Dos vídeos, “A gente luta mas come fruta: trailer” (Ashaninka) e “Nós e a cidade” (Mbya-Guarani), são releituras resumidas de filmes anteriores, “Bimi: Mestra de Kenes” (Hunikui), e “Troca de Olhares” (Hunikui/Ashaninka) são prévias de trabalhos a serem lançados futuramente, com enfoques diferentes, já “A História do Monstro Kátpy” (Kisêdjê), e “Kidene: Academia Kuikuro”, são obras originais no seu formato final. Todos os vídeos foram editados num encontro de realizadores indígenas ocorrido em Agosto de 2009 na sede do Vídeo nas Aldeias, em Olinda, com o apoio do Programa Ponto Brasil, da TV Brasil, que veiculará os curtas num especial Vídeo nas Aldeias.

Fracking, nova ameaça para o povo indígena Barí

Durante este mês de agosto comemoraram-se o dia da Pachamama e o dia internacional dos povos indígenas, comemorações que além de uma data no calendário, distanciam-se muito de ser reconhecimentos reais ao uso da terra e à realidade indígena colombiana. Este é o caso do povo indígena Barí, um dos 90 povos indígenas da Colômbia que conseguiram manter intacta sua cultura, tradição e língua apesar das agressões que tiveram que sofrer desde a chegada dos espanhóis até a atualidade.

Historicamente habitaram o vale do rio Catatumbo, localizado no departamento do Norte de Santander e a fronteira com a Venezuela, território que se caracteriza ademais por possuir boa parte das reservas petrolíferas da Colômbia, assim como carvão e abundante recurso hídrico. Atualmente, o povo Barí está composto por 23 comunidades e 417 famílias assentadas em cinco municípios: o Carmen, Convención, Teorama, o Tarra e Tibú, região conhecida como o Catatumbo Colombiano.

Apesar de ser um povo pacífico que por cosmovisão se relaciona harmonicamente com a natureza, teve que recorrer ao confronto para defender seu território, inicialmente, na época da conquista e colônia enfrentaram-se com o homem branco que vinha da Europa, mais adiante, em princípios do século XX às companhias multinacionais petroleiras que violentaram a cultura e sítios sagrados do povo Barí. Afirmam os Barí que uma de suas cabanas foi queimada e pouco tempo depois chegou uma empresa para extrair petróleo neste lugar.

Na década de 2000 a comunidade indígena Barí resistiu a maior arremetida paramilitar na história da Colômbia, asseguram que seu território e inclusive suas próprias casas foram usadas como bases paramilitares por mais de seis anos.

Hoje prepara-se para enfrentar uma nova ameaça, o fracking ou fraturação hidráulica, técnica de exploração de óleo não convencional proibida em países como França, Canadá e o estado de New York nos Estados Unidos pelos desastres ambientais e múltiplas enfermidades que produzem à população, mas, paradoxalmente para o governo Colombiano e Ecopetrol, o fracking é a técnica que se deve usar. Desta maneira asseguram que se opõem a esta questionável técnica e que desde já se preparam para enfrentar esta nova ameaça.

Vídeo:https://www.youtube.com/watch?v=MohOtXoqDO4

Fonte: ANA

Tradução > Sol de Abril

Nada veio fácil para nós! São 516 anos que sofremos golpes atrás de golpes

Por Potyra Tê Tupinambá

Nós povos indígenas estamos acostumados a lutar. Nada veio fácil para nós! São 516 anos que sofremos golpes atrás de golpes. Desde a invasão desse país começamos a ser apunhalados pelos usurpadores, os que querem massacrar e tomar a força o que não os pertence. Os netos, bisnetos e tataranetos dos que comandavam as invasões e golpes daqueles tempos estão aqui hoje, continuam a comandar os golpes! Começaram nos golpeando com o pretexto da fé e hoje os golpes são em favor do desenvolvimento.

Vendo a conjuntura brasileira me dá uma certa angústia, mas depois lembro dos meus antepassados que lutaram bravamente para que hoje eu pudesse bater no peito e dizer com orgulho que sou Tupinambá e me encho de forças para seguir lutando como eles fizeram. Precisamos fortalecer a nossa Cultura da Resistência, manter vivo em nós os valores dos nossos antepassados.

Acho que os brasileiros estão sentindo um pouco do que nós sentimos há séculos… invisíveis aos poderosos que só pensam em suas artimanhas para continuar no poder. O clamor do povo não foi ouvido assim como o nosso clamor não é.

Mas nós Povos Indígenas sempre lutamos pelo que acreditamos: nos pintamos, colocamos nossos mais belos adereços e partimos para a luta! Fechamos pistas, ocupamos espaços públicos, gritamos até sermos atendidos. O povo brasileiro precisa agora lutar! Nós lutaremos também!

Fonte: Índios Online