Segundo dia da retomada guarani mbyá da área ocupada pela FEPAGRO no sul do Brasil

Sábado, 28 de Janeiro de 2017.

Durante todo o dia, famílias indígenas Guarani Mbyá chegaram à área da Fundação Estadual de Pesquisas Agropecuárias (FEPAGRO) no município de Maquiné-RS. Reivindicando esta área como parte de território tradicional ancestral, desde ontem um grupo deste povo está acampado na fundação, que recentemente foi extinta pelo governo do estado.

Uma das lideranças mbyá presentes explicou a necessidade de retomar os territórios onde viviam seus antepassados pelo futuro das crianças mbyá, lembrando que não são os Guarani que vivem em desequilíbrio com a natureza”

“Nós vivemos com a natureza. Nossos ancestrais viveram aqui durante muitos anos e depois os massacraram. Agora nosso futuro são as crianças. As crianças daqui pra frente vão se criando, nós pensamos para o futuro.” – Líder Guarani

Após passarem a noite acampados, um grupo formado em grande parte por jovens e crianças, foi até o escritório administrativo da FEPAGRO, utilizando estas dependências para ter acesso a eletricidade e à água.

Segundo os próprios guarani mbyá, o diretor da unidade Rodrigo Favreto esteve pela manhã deste sábado entre os indígenas e afirmou que acreditava que sua demanda era legítima, e não um “caso de polícia”. Mas ainda assim, disse que precisaria reportar as autoridades o ocorrido por conta de qualquer possível dano ao patrimônio. Os indígenas afirmam que não possuem interesse em danificar o patrimônio da extinta fundação, sua luta é por seu território ancestral.

Após convidarem os parentes de outras localidades a se unir a eles na luta por esta terra através de um vídeo postado na internet, as lideranças do grupo mbyá pediram auxílio a todos os apoiadores e apoiadoras de sua causa, afirmando que precisam de lonas, ferramentas e alimentos para que sigam acampados. Solicitaram ainda aos meios de informação – em especial às mídias alternativas – que sua história seja divulgada.

Pela tarde, uma equipe da rádio local esteve no acampamento pedindo uma entrevista sobre o assunto, e vizinhos, amigos e apoiadores da causa indígena de diferentes localidades, visitaram o acampamento na unidade da FEPAGRO em Maquiné, levando mantimentos.

Índios Guarani Mbyá retomam terra ocupada por Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária no Rio Grande do Sul

Vindos de diferentes localidades grupos e famílias do povo indígena Guarani Mbyá se reuniram nesta tarde, para retomar parte de seu território tradicional, no município de Maquiné, Rio Grande do Sul, no sul do Brasil.

A área de 300 hectares que estava ocupada há décadas por uma unidade da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Sul, foi retomada sem violência pelos Guarani Mbyá que estão agora nela acampados. A FEPAGRO foi uma das fundações recentemente extintas pelo governo do estado do Rio Grande do Sul.

Formado por oitenta pessoas, entre homens, mulheres e crianças de diferentes faixas etárias, o grupo pretende permanecer acampado na área até que seja reconhecida sua demanda.

Líderes presentes afirmaram que estão cansados de esperar que suas demandas pela demarcação de suas terras tradicionais sejam atendidas pelo governo. Diante da morosidade das autoridades competentes, os Guarani Mbyá decidiram em conjunto retomar esta terra que foi de seus antepassados massacrados pelas frentes de colonização, para que seus filhos pudessem ter um futuro digno.

Trump assina decretos permitindo avanço militarizado do oleoduto da KXL em Terra Sioux

Em 27 de janeiro de 2017 o presidente dos EUA, Donald Trump assinou dois decretos permitindo o avanço do oleoduto da KXL em território sioux.

A ordem presidencial é acabar com os acampamentos formados em Standin Rock com milhares de pessoas entre indígenas e apoiadores, a partir do dia 22 de fevereiro.

Assumindo para si a função de protetores da água por sete gerações, os Sioux e milhares de apoiadores responderam ao avanço do oleoduto com bravura erguendo acampamentos e resistindo a violência policial.

Se for construído o enorme oleoduto passará por baixo de dois grandes corpos de água, entre eles o rio Missuri. Em caso de assidente, o oleoduto tem potencial para contaminar a água de uma vasta região.

Entre o improviso e a maldade: a política (anti) indigenista do Governo Temer

Por Adriana Ramos

Na semana passada o Governo editou duas portarias alterando os procedimentos de demarcação de terras indígenas no país. A primeira, publicada na quarta-feira, dia 18 de janeiro, alterou a forma como as Terras Indígenas (TIs) são declaradas no Brasil. Assinada pelo ministro da Justiça e Cidadania Alexandre de Moraes, a Portaria nº 68 criava um Grupo Técnico Especializado para subsidiar o ministro quanto à demarcação de Terras Indígenas, com representantes da Funai, Consultoria Jurídica, Secretaria Especial de Direitos Humanos e Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Além disso, trazia uma série de disposições para modificar o procedimento de demarcação, incorrendo em violações à Constituição Federal e ao Decreto nº 1.775/1996 que regulamenta esse processo. Diante da imediata reação das organizações indígenas e indigenistas, o Governo recuou.

terras indígenas

Na sexta-feira saiu a revogação da Portaria nº 68 e a publicação de uma nova, excluindo algumas das ilegalidades, mas mantendo a criação de um Grupo Técnico Especializado (GTE) para tratar de processos de demarcação de TIs, agora com atribuições que reprisam exatamente o que está disposto no Decreto nº 1.775/1996.

Não foi a primeira vez que o Governo se viu obrigado a voltar atrás sobre o tema. Logo que tomou posse, Temer sinalizou à Frente Parlamentar da Agropecuária que o Governo revisaria todas as portarias declaratórias e decretos de homologação de Terras Indígenas publicados ao final do Governo Dilma Rousseff.

No fim do ano passado, o jornal O Estado de São Paulo publicou uma proposta de decreto que estaria sendo elaborada pelo Ministério da Justiça. Tal proposta alteraria o rito de demarcação de terras indígenas, restringindo drasticamente os direitos territoriais dos índios sobre suas terras, abrindo essas áreas a empreendimentos econômicos e permitindo até a revisão de processos de terras já homologados, entre outros pontos. Mais de 130 organizações como a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Central Única dos Trabalhadores (CUT), Greenpeace, Movimento Nacional de Direitos Humanos e Associação Brasileira de ONGs (Abong) repudiaram a proposta que, na prática, acabaria com as demarcações de Terras Indígenas.

Na ocasião, o ministro negou que houvesse a minuta ou qualquer intenção de alterar o procedimento de demarcação. A portaria veio logo depois, demonstrando que a intenção do ministério existia sim.

Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo na quinta-feira (19), o presidente Michel Temer afirmou que a medida visava reduzir conflitos. É a visão equivocada de que o conflito está na garantia constitucional da demarcação das terras indígenas. Ao contrário, como bem lembrou o subprocurador-Geral da República, Luciano Mariz Maia, coordenador da 6ª Câmara de Populações Indígenas e Comunidades Tradicionais do Ministério Público Federal (MPF), em entrevista ao ISA, “o objetivo não é assegurar certeza e segurança jurídica para as demarcações, mas assegurar que elas não se realizarão”.

O recuo do Governo não surpreende. As denúncias e reações negativas às decisões tomadas expuseram suas intenções espúrias e anticonstitucionais. Com maldade evidente, o Governo desmente, recua, mas deixa claro, pela falta de transparência, que sua motivação não é das melhores.

As nomeações para a Funai também foram precedidas dessa dinâmica. Em setembro de 2016 Temer afastou da presidência da Funai Artur Nobre Mendes, que ocupava o cargo interinamente desde a saída do ex-senador João Pedro Gonçalves, em junho. Em seu lugar foi nomeado, ainda como interino, um assessor especial do Ministério da Justiça, Agostinho do Nascimento Netto.

Desde junho de 2016 foi aventada a intenção de nomear um general para a presidência do órgão. Diante de questionamentos do movimento indígena pela inexistência de conhecimento ou experiência do indicado, o Governo recuou da nomeação do general Roberto Sebastião Peternelli Júnior, filiado ao Partido Social Cristão (PSC). Surgiu então o nome do general da reserva Franklimberg Ribeiro de Freitas, assessor de Relações Institucionais do Comando Militar da Amazônia, em Manaus (AM). A Casa Civil determinou que a Secretaria Especial de Saúde Indígena – Sesai – financiasse o deslocamento de índios para Brasília para pressionar o Ministério da Justiça a nomear os indicados do PSC para cargos de direção na Funai.

Como o movimento indígena manteve sua reação negativa à ideia de o órgão indigenista ser comandado por um militar, a solução dada pelo Governo foi nomear Franklimberg para a Diretoria de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável, e Antônio Fernandes Toninho Costa para presidente, ambos indicados pelo PSC.

De acordo com notícias publicadas na imprensa, a nomeação de Antônio Toninho Costa aconteceu logo após o presidente Temer cobrar do ministro Alexandre de Moraes uma solução para a questão da Funai. Temer foi informado que o órgão não tinha um presidente efetivo durante a reunião que discutiu a retomada do crescimento econômico, quando a demarcação de terras indígenas foi apontada como empecilho para a finalização de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

O pacote do PSC para a Funai é preocupante, visto que o partido está alinhado com a prioridade dada pela bancada ruralista no Congresso de desconstituir os direitos territoriais indígenas. Que ninguém se surpreenda: atuando de forma errática, o Governo Temer está contribuindo para a eclosão de incidentes graves nas situações locais de conflito, que esperam há anos por soluções das autoridades.

Fonte: El País

Manifesto Kayapó Mebengokré: Recuar Jamais

Na foto, guerreiros da aldeia Kedjerekrã prontos para a luta.
Foto: Simone Giovine

Nós, o povo Kayapó Mebengokré, articulados com o movimento indígena nacional, manifestamos nosso repúdio aos ataques deste governo aos nossos direitos. Entregar a Funai ao PSC e aos militares é ignorar nossas reivindicações para atender aos interesses de parlamentares e grupos econômicos que só querem tomar as nossas Terras e acabar com nossos direitos.

A eles, nosso recado: jamais recuaremos na defesa dos direitos conquistados. Estamos preparados para a guerra e unidos na defesa de nossas terras, famílias e cultura!

A luta continua até o último índio!

Mapuches do Chile se unem aos da Argentina e preocupam o Governo

Os mapuches da Argentina e do Chile se uniram para se mobilizar contra ambos governos preocupando as autoridades estatais, exigindo ao governador Mario Das Neves que deixe de reprimir aos indígenas em Chubut.
(Trecho do Informativo em espanhol)

Ahora el presidente Mauricio Macri le pide a Das Neves parar con la represión a los mapuches.

Esto tras la brutal represión que sufrieron los integrantes de la comunidad argentina.

Los chilenos decidieron sumarse a este reclamo y apoyar a sus hermanos, situación que preocupa al Gobierno nacional.

La semana pasada, los integrantes de la comunidad mapuche “Lof en Resistencia Cushamen” de la zona cordillerana de Chubut fueron reprimidos por parte de fuerzas federales y provinciales, en el marco de un operativo que dejó al menos tres personas heridas.

Los mapuches son pobladores de tierras ancestrales que actualmente están en disputa con el grupo empresarial Benetton y fueron acusados de “terroristas” por parte del gobierno de Das Neves. El titular del Cels y periodista de Página 12, Horacio Verbitsky, denunció una complicidad de Das Neves con el Gobierno nacional para reprimir mapuches y se burló de la definición del gobierno de Chubut en su columna de este domingo titulada “Terroristas a piedra”.

En paralelo, en la Iglesia dicen que el Papa Francisco está al tanto del conflicto y podría pronunciarse al respecto.

“Seguramente el Papa sigue los acontecimientos con mucha atención”, estimó el obispo de Esquel, José Slaby, en referencia a la situación en la cordillera chubutense por el reclamo del Lof Cushamen y las acciones del movimiento Resistencia Ancestral Mapuche. Slaby consideró en diálogo con FM El Chubut que «puede ser que también (Francisco) se pronuncie en un tiempo más» sobre los acontecimientos vividos recientemente.

Mientras el secretario de Derechos Humanos, Claudio Avruj, manifestó su “preocupación” por el conflicto y le sugirió a Das Neves que no reprima, en Chubut están en alerta por el activismo en conjunto entre chilenos y argentinos.

El presidente de la Sociedad Rural de Bariloche, Santiago Nazar, le dijo a Perfil que “si lo que sucede acá se llega a generalizar a otras regiones, como ocurre en Chile, podría ser devastador”.

Fonte: http://lmdiario.com.ar/noticia/7329/los-mapuches-de-chile-se-unen-a-los-de-argentina-y-preocupan-al-gobierno

Após tentativa de retomada de terras em Chubut, repressão brutal aos Mapuche não tem fim

Após tentativa de retomada de terras invadidas pela Bennetton

A la represión que se produjo el marte 10 de enero contra los mapuches que tomaron campos de Benetton se le suma, un día después, un nuevo hecho de violencia policial.

(fotos gentileza FM Alas y Cholila On Line)

“A eso de las 20 entró nuevamente la infantería a la comunidad, no sabemos si hay un juez que dio la orden o qué. Hay un herido de gravedad en el cuello”, denunció Soraya Maicoño, vocera de prensa del Lof mapuche en Resistencia Cumashen, en conversación con Veintitrés desde acampe frente a los tribunales de Esquel, donde se registraban en horas de la noche del miércoles movimientos de Gendarmería y policía provinical que hacen temer una nueva represión.

La Agencia de Noticias Redacción (ANRed) confirmó que el nombre del herido es Fausto Emilio Johnny Huala y fue herido por una bala de plomo. Fue trasladado al hospital de Lago Puelo, luego de un larga espera ya que no llegaba la ambulancia. Además, hay otro herido en el Hospital de El Maitén con lesiones de perdigones en la cara.

La vocera de la comunidad relató que estuvieron todo el día frente a los tribunales reclamando la libertad de quienes habían sido detenidos el martes 10 de enero y que hubo maltratos. “A una de las compañeras detenidas, Ivana Huetelaf los gendarmes le dieron durísimo, la molieron a golpes. Esto parece la época de la dictadudra, no nos querían decir dónde estaban los detenidos”.

Las brutales represiones ejecutadas por gendarmería y la policía de la provincia de Chubut contra la comunidad mapuche Pu Lof en Resistencia del Departamento Cushamen se hace ante la ausencia de los medios. Y ante ausencia del personal del juzgado federal que ordenó el allanamiento. La primera de las represiones sucedió durante la misma jornada en la que debutó la policía de la Ciudad reprimiendo a los manteros e hiriendo en la pierna y el codo al fotógrafo de Crónica Rubén Paredes.

Según denuncian las comunidades mapuche, hubo “terrorismo de Estado”: el martes 10 cientos de gendarmes y policías que golpearon y maltrataron a hombres, mujeres y niños, asustando a los animales y destruyendo casas y huertas. Detuvieron a diez integrantes de la comunidad. Con un acampe en las puertas de los tribunales federales de Esquel sus familiares y compañeros reclaman su inmediata libertad. Y un día después, se repitió la represión.

A las 22 del miércoles 11, mientras llegaban las noticias de una nueva represión, la justicia federal denegó la excarcelación de Ricardo Antihuel, Nicolás Huala y Ariel Mariota Garzi, que permanecen detenidos en la  Unidad Nº 14 del Servicio Penitenciario Federal de Esquel. José Luis Buchili, Ivana Huetelaf, Jaime Gustavo, Daniela González, Javiera Huencapan, Javier Huechupan Ruiz y Pablo y Gonzalo Seguí permanece  en la comisaría 1era de esa ciudad.

El operativo de martes fue realizado por Gendarmería y policía provincial: participaron 21 móviles de ambas fuerzas, incluidos por lo menos dos colectivos, un camión hidrante, un camión de carga, un helicóptero, caballos, drones y numerosos furgones y camionetas. Cientos de efectivos con escudos, cascos y armas largas contra 20 familias.

Para accionar, la Gendarmería garantiza la impunidad de sus hombres. Para eso, cercó toda la zona con un vallado de 4 kilómetros a la redonda impidiendo la presencia de trabajadores de prensa en el lugar de los hechos. Ni periodistas ni camarógrafos estuvieron presentes. La aplicación de la “zona determinada para la prensa” propuesta para los medios en el protocolo de actuación de las fuerzas de seguridad ante manifestaciones públicas” llevada a su absurdo. El corralito es afuera del lugar de los hechos.

La represión del martes

La orden del Juez Federal Guido Otranto fue “al sólo efecto de remover y secuestrar los obstáculos materiales que se encuentren colocados sobre las vías de circulación del Viejo Expreso Patagónico La Trochita”. Y aclaró que no incluía orden de detener a nadie ni desalojar el predio. Las cosas se produjeron de otra manera.

“La orden de desalojo de la justicia federal fue operativizada con una desproporción de fuerzas escalofriante. No eran más de 20 personas cortando las vías. Fueron cientos de gendarmes de los cuerpos de elite. Golpearon, maltrataron y dañaron casas, huertas y el ganado”, explicó Carlos González Quintana, de la Asamblea Permanente por los Derecho del Hombres (APDH).

Las tierras por donde pasa La Trochita  fueron recuperadas por la comunidad mapuche que la reclama como propia por sus derechos ancestrales. Como la Comuna de Pie de El Bolsón, tienen un contrincante de peso, que cuenta con la sumisión de las autoridades : en este caso no es el magnate inglés Joe Lewis sino el multimillonario italiano Luciano Benetton, que los denunció por usurpación, en el mundialmente conocido conflicto por la estancia Leleque de la Compañía de Tierras Sud Argentino SA. Hasta noviembre pasado funcionó una mesa de negociación entre la empresa de la trochita, la comunidad y el gobierno provinical. Los comuneros reclamaban que el tren, que va de Maitén a Esquel, no pasara por las tierras que ellos ocupan, ya que están en litigio. Pero, denuncian, el gobierno provincial dinamitó las conversaciones.

González Quintana detalló el armado policial y judicial en contra de la comunidad mapuche. “Primero, sitiaron el acceso para que nadie se acerque a apoyar la resistencia. No se permitió el ingreso a los medios de prensa. Luego se produce el segundo hecho investigado por justicia provincial, se origina en un supuesto abigeato, en grado de tentativa, los comuneros salieron en búsqueda de los caballos que se habían disparado por semejante procedimiento. Fueron emboscados”, denunció.

Mientras el abogado defensor de derechos humanos relataba por vía telefónica los acontecimientos, un funcionario del Poder Judicial le pidió que se retire del edificio. González Quintana siguió con la conversación: “Es muy triste todo esto, hicieron intervenir a una fuerza de elite preparada para situaciones donde está en juego la seguridad de la nación para liberar el corte de una vía férrea interrumpida por 20 personas, 8 de ellas mujeres con niños. Es un avance de las fuerzas de seguridad del ministerio de Patricia Bullrich al servicio de magnates poderosos que se están quedando con la Patagonia en perjuicio de comunidades con derechos ancestrales que están luchando por un pedazo de tierra. Causa escalofríos. Hacemos responsables también al gobernador Mario Das Neves. Si siguen deteniendo y golpeando y si finalmente el juicio por usurpación tienen una sentencia favorable, vamos a tener una rebelión en la zona patagónica”.

“La gendarmería avanzó reprimiendo de una manera que se nota que se sienten liberados para actuar por el gobierno nacional, con violencia física psicológica contra nuestra gente” dijo Auka, vocera de la comunidad, en diálogo con Radio Encuentro de Viedma. En esa ciudad, al igual que en Buenos Aires, Córdoba y muchas otras hubo movilizaciones de repudio.

En una entrevista con FM Alas de El Bolsón Mariana Seguí, hermana de dos de los detenidos contó detalles de la violencia.  “En el traslado de Maitén a donde los llevaron detenidos al principio a Esquel los golpearon a todos. Tienen que agradecer que estén vivos. A algunos les pasaron balas a la altura del hombro, dispararon balas de plomo. Es un intento de homicidio. Van a querer disimular los balazos porque ellos mismos hacen las pericias. Reprimieron en la puerta del hospital. Fue un cacería de personas “, dijo

Auka detalló uno de los momentos más difíciles. “Las mujeres y niños, corrieron a resguardarse a la ruca, donde hacemos nuestras ceremonias, conversaciones y charlas, se encerraron para resguardarse, 200 gendarmes las rodearon, rompieron todas paredes y entraron por los techos, tiraron gases lacrimógenos. Cuando lograron entrar abrieron un matafuego en la cara nuño de dos años. A otro niño le dieron un palazo en la cabeza. Arrastraron a las mujeres por el campo, las esposaron. Algunas estaban descansando y nos las dejaron vestirse. No puedo entender como personas pueden llegar a actuar de esta forma ante niños y mujeres. Se burlaban de nuestra cultura, agarraban los cultrún que son instrumentos ceremoniales para nosotros y se reían, maltratando a nuestra gente con su actitud represiva.”

“Se demostró una vez más que el estado es terrorista. Imponen el terror al pueblo. Hacemos responsables el gobierno provincial y nacional por lo que nos pueda suceder. Agradecemos a los medios conscientes que acompañan esta lucha digna de un pueblo. No vamos a bajar la guardia contra el capital y neoliberalismo. No nos van a sacar de nuestro territorio. Vamos a seguir llamando a nuestra gente a que se levante. Somos un pueblo ancestral y milenario, vamos a seguir levantándonos. Nos van a tener que sacar muertos de nuestro territorio”.

Histórica marcha contra o multimilionário Joe Lewis em El Bolson, Argentina


Fotos: Carina Llosa
Dez mil pessoas para marchar em repudio à aprovação do megaloteamento de uma área protegida que coloca em risco as fontes de água e a forma de vida em El Bolsón. Entre os manifestantes estavam os Mapuche da região.

(leia trecho do informativo original em espanhol)

Ayer sábado 7 de enero, a las 18 horas, la mitad de los ciudadanos de El Bolsón volvieron a marchar en la manifestación más masiva de la historia del pueblo, con más de 10 mil personas, para repudiar nuevamente los actos de corrupción cometidos por el poder ejecutivo y legislativo municipal, al aprobar un negocio multimillonario que, de concretarse, será la mayor villa de montaña de Latinoamérica en una zona protegida de alto valor ambiental.

Hubo carrozas de la Asamblea en Defensa del Agua y la Tierra, del Acampe Pacífico y Popular en Defensa del Agua y la Tierra, y de la Diversidad, que cerró su noveno festival uniéndose a esta marcha. Se hicieron presentes caballos, tractores, pobladores mapuche, productores, artesanos, y una gran variedad de ciudadanos, con un objetivo en común: seguir defendiendo las fuentes de agua y el estilo de vida de El Bolsón de los negociados entre los políticos de turno y los grandes capitales. Se juntaron miles de firmas para presentar una acción de amparo en base a la Ley 2779 contra la Municipalidad de El Bolsón, y las ordenanzas que aprueban este negociado (165/16 y 295/16) violando normas constitucionales y de derecho ambiental internacionales, nacionales , provinciales y municipales.

Este es un ejemplo de lucha que se repite en innumerables rincones de alto valor ambiental y todavía fuera de la órbita del capital. En este caso, con la excusa del valor paisajístico, se pretende llevar a cabo un enclave turístico de elite desconectado de la realidad del pueblo de El Bolsón. En otros casos, la zona se sacrifica a la megaminería o a la soja, pero con la misma metodología: tomar el costo ambiental como una externalidad que, dejándola fuera de la ecuación, convierte a estos desastres ecológicos en negocios altísimamente redituables para unos pocos.

Sin embargo, este rincón se caracteriza por su alta conciencia ecológica que ya lleva 12 años logrando resistir este tipo de negociados. Comienza en el 2005 cuando Joseph Lewis, el magnate inglés amigo de Macri, le compra tierras a un poblador para construir su aeropuerto. Los pobladores de los alrededores logran frenar esta locura que hubiera tenido nefastas consecuencias ambientales y socio-económicas.


Fotos: Carina Llosa

Este plan regresa en el 2009, maquillado con el aval del poder ejecutivo provincial (UCR), a través de un proyecto de “Refundación de El Bolsón”, nuevamente con el aeropuerto, sumado a un loteo con centros comerciales, pero es nuevamente rechazado, a través de un plebiscito donde el 76,5 % de los votantes dijo que NO.

La posibilidad de semejante negocio multimillonario hace que sus pocos beneficiarios sigan insistiendo a través de los años. En 2010, Maximiliano Massa, presidente de la empresa Laderas, vinculada con Nicolas van Ditmar, empresario inmobiliario y testaferro de Lewis, compra tierras en forma irregular para proponer este megaloteo como condición sine qua non del desarrollo del pequeño centro de esquí de El Bolsón. A pesar de que la legislación al respecto explicita que el desarrollo debe ser mediante una concesión en las tierras destinadas a tal fin y no un negocio privado en tierras privadas.


Fotos: Carina Llosa

Gracias a la producción de hegemonía desde el plano político, con los diferentes políticos de turno avalando los negociados, desde el plano jurídico, evadiendo las leyes con facilidad, y desde el plano ideológico, con las viejas falacias del “derrame” y el “progreso”, se logra poner en marcha un aparato para concretar el negociado. Aparato que no ha sido lo suficientemente efectivo, ya que en mayo de 2013, un cuarto de la población se manifiesta en rechazo a este megaloteo, logrando frenarlo otra vez.

Obviamente el poder económico y político no se rinden, por lo que en noviembre de 2016 comienzan una carrera a contra reloj para aprobar una nueva versión de este proyecto. El pueblo tampoco se rinde: vuelve a manifestarse en contra por todos los medios posibles. En la audiencia pública del 2 de diciembre, el 90 % de los vecinos participantes explicaron su rechazo a este negociado que traerá daños irreparables al ambiente y su sociedad. Ante los oídos sordos del legislativo y ejecutivo, se realizaron diferentes manifestaciones, incluida la del 16 de diciembre, donde hubo represión y amedrentamiento de la policía, el COER, punteros y patotas contratadas por el partido-alianza del Gobernador Weretilneck, Juntos Somos Río Negro. Lejos de amedrentar, estos actos violentos generaron un acampe y asamblea permanente de organizaciones sociales, y representantes de partidos políticos y sindicatos por tiempo indeterminado que además de haber organizado la marcha de hoy, han radicado demandas legales, y difundido la situación ayudando a contrarrestar la invizibilación y tergiversación de información sobre este negociado por parte de la mayoría de los medios de comunicación.


Fotos: Carina Llosa

Y así como el capital continúa insistiendo a través del tiempo para meter la cola ante la menor oportunidad y perpetrar sus negociados antiecológicos, el pueblo continúa en pie de lucha para impedirlo. El conflicto del megaloteo de Lewis ya lleva 12 años de corrupción del poder político y económico, pero también de lucha de un pueblo que continúa protegiendo sus fuentes de agua y su forma de vida, y lo volvió a demostrar hoy en la marcha más masiva de la historia de El Bolsón. Si el intendente Pogliano no entiende el mensaje del pueblo movilizado, quizás sea tiempo de que renuncie.

Fonte: La Izquierda Diario