Tupinikins são agredidos e ameaçados de morte por policiais em Aracruz (Espírito Santo)

Índígenas da etnia Tupinikim, mulheres e crianças, foram violentamente abordados pela Polícia Militar no final da tarde desse sábado (4) na Rodovia ES-010, na altura da Praia dos Padres, em Aracruz, norte do Estado.

Quatro policiais se aproximaram aos gritos e com armas nas mãos, mandando que todos descessem dos cavalos em que estavam montados e deitassem no chão. A desculpa para agressão foi “obstrução indevida da via”.

Uma das lideranças tupinikim afirmou que naquele trecho não havia acostamento, por isso os cavalos ocuparam a pista.

"Ato covarde e absurdo,um abuso de poder da parte dos policiais contra os irmãos,matar os pobres animais na covardia e atirar balas de borracha nos jovens que só estavam em uma cavalgada,em um momento de lazer,fico pensando se essa opressão contra os indigenas continuar o que será dos nossos filhos,a policia devia proteger e não atirar e matar os animais inocentes" Fica um sentimento de impotência e de medo dos que dizem que defendem a lei e a ordem….Espero que justiça seja feita.

Posted by Davi Bolonese on Samstag, 4. Februar 2017

Os índios tentaram dialogar e acalmar os policiais, apelando para o bom senso. Os policiais por sua vez não foram truculentos com a armas em punho e atitude ameaçadora, não queriam diálogo.

Os policiais então atiraram contra os cavalos, ferindo gravemente três animais. Um dos cavalos teve que ser deixado na rodovia com hemorragia. Vários indígenas também foram feridos por tiros de bala de borracha e cassetetes.

Ao demandarem a presença da Polícia Federal os Tupinikim foram ainda mais insultados, pelos policiais. Um deles afirmou “Índio bom é índio morto”.

Por solicitação dos quatro policiais agressores, outros 40 policiais que participavam de uma greve foram até o local para reforçar o espancamento dos 20 indígenas.

Os Tupinikim bloquearam uma rodovia que atravessa suas terras desde o ocorrido de sábado, e a partir desta segunda (6) bloquearam também a rodovia ES-010 onde se deu o crime policial e a estrada que liga a cidade de Aracruz a fábrica da Fibria (antiga Aracruz Celulose).

Fonte: Século Diário