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Indígenas se mobilizam novamente na BR 386, em Iraí-RS

Por Julia Saggioratto

O momento é de enfrentamento e a palavra resistência ganha mais significado. O Brasil se organiza para a Greve Geral na sexta-feira 28 e, novamente, os indígenas da região norte do Rio Grande do Sul se mobilizam para paralisar a BR 386, em Iraí, no dia de hoje, além de mobilização em São Valentim, organizada pela TI Votouro e Ti Kandoia.

Segundo informações de Ivan César Cima, da equipe de Frederico Westphalen do Cimi Sul, a pauta continua sendo a luta pela demarcação das terras indígenas, contra o sucateamento da Funai, contra a indicação de cargos ao órgão indigenista oficial por políticos ruralistas, contra as Reformas e em repúdio ao massacre aos indígenas que estão no Acampamento Terra Livre em Brasília, em razão do Abril Indígena.

Segundo o Cacique Luís Salvador, da Terra Indígena Rio dos Índios, município de Vicente Dutra, a rodovia ficará fechada durante todo o dia e à noite com abertura em alguns momentos para liberação do trânsito.

Durante a noite os indígenas permanecem em vigília até sexta-feira, dia 28, para juntarem-se ao movimento da Greve Geral, unindo-se aos demais movimentos sociais para continuar a paralisação e fortalecer a Greve Geral.

Fonte: Desacato.info

Fotos: CIMI-Sul

Davi Limeira de Oliveira, Kaingang de 22 anos foi assassinado em Vicente Dutra.

Por Bernardo Jardim Ribeiro

Segundo informações repassadas por lideranças indígenas, o professor Davi participava de um evento festivo no município de Vicente Dutra na noite de sexta-feira, 07, de novembro. Por volta de 1h da manhã ocorreu uma pequena confusão entre alguns participantes. Davi foi envolvido e acabou sendo esfaqueado pelas costas. Teve os pulmões perfurados e veio a falecer quase que instantaneamente. (info do CIMI).

Esta claro que esse “acontecimento” não é casualidade. Segundo as informações das lideranças kaingang, a pessoa que assassinou Davi foi mandada e paga por “outra pessoa”. Como tentativa de desarticulação de uma luta pela terra e de amedrontamento, matando para ameaçar, escondendo os motivos do assassinato trás de “incidentes”, os políticos e pistoleiros, políticos pistoleiros do interior estão usando os mesmos velhos métodos colonialistas para acabar com intuitos de rebeldia. Davi era um professor bilíngue, ensinava aos kaingang a falar e escrever na sua própria língua, o que, por muito surreal que pareça, representa um perigo para os mecanismos de controle do estado.

Porém, frente a isso, os kaingang seguem firmes. O único que o governo consegue através desse tipo de pratica etnocida é a perda da sua credibilidade e “confiança” que se esforçaram em inculcar nos povos indígenas através de tantos anos de assistencialismo, paternalismo, patrocinado por uma política bienestarista, buscando tornando os indígenas, “cidadãos” cada vez mais dependentes do Estado.

Como dizem os guerreiros kaingang: “Nos, Kaingang, não temos medo de morrer, temos medo de ser esquecidos”. Difundido o assassinato de Davi, pretendemos não deixar que ele seja esquecido. Apelamos à solidariedade com o povo Kaingang com todas as formas possíveis…

Força aos guerreiros kaingang de Rio Dos Indios! Estamos juntxs!