PEC 215: O genocídio legalizado

106420042012101554Desde os anos 2000 a Proposta de Emenda Constitucional 215 (PEC215) ameaça o futuro dos povos indígenas. No dia 28 de outubro esta lei criada para benefício dos ruralistas acaba de ser aprovada na Câmara dos Deputados, em Brasília. A PEC215 acaba com qualquer possibilidade futura de demarcação de terras para os povos indígenas, e ainda abre espaço para o revisão de ajuste constitucional implicando na perda de territórios já homologados.

Os processos de ampliação de areas também se tornam inviáveis. A aprovação da PEC215 é a mais clara evidência de como o estado de direito funciona em benefício das elites ruralistas. Para iludir os indígenas inventam direitos que seriam inalienáveis para, no momento conveniente, acabar com os direitos que propriamente não convém aos interesses dessas elites.

Essa política genocida se dá em paralelo com a exterminação das nossas grandes florestas, seja em benefícios de multinacionais, seja em benefício de grandes proprietários rurais que atuam em nome de seu próprio “progresso”. Chega de manipulação! Chega de discurso pacificador e tranquilizador, passividade e submissão é morte!

Somente autonomia, autodeterminação e autodefesa podem garantir a existência dos povos indígenas. Para a autonomia o único caminho é a luta!

 

“Com PEC 215 ou sem PEC 215 continuaremos a fazer as autodemarcações com apoio de nossos Aliados e, acima de tudo, de nossos Encantados e Ancestrais. Somos Abas Gwarinis Atãs (Guerreiros  Fortes)”. Casé Angatu, professor Tupinambá

Marchas e encontros contra a PEC 215

Estão acontecendo marchas e bloqueios de ruas e rodovias por todo o Brasil desde a aprovação da PEC 215 na Câmara. Pesquise na internet o local e data dos próximos eventos e participe das manifestações organizadas na sua região.

  • Cidades – Locais de concentração – Horários
  • Belo Horizonte – Praça Sete – 17hs
  • Brasília – Torre da TV – 10hs
  • Porto Alegre – Esquina Democrática – 14hs
  • São Paulo – Paulista (MASP) – 17hs
  • Recife – Praça do Derby – 16hs
  • Rio de Janeiro – Aldeia Maracanã – 16hs

Sobre os Jogos Mundiais Indígenas do estado brasileiro

Civilizações sempre buscaram criar formas de distração para os povos subjugados para que não se revoltassem. Criar arenas para jogos há mais de 2000 anos é uma estratégia de guerra das civilizações. Os Romanos controlam os territórios que invadia obrigando os povos subjulgados a frequentar as arenas, casas de jogos e coliseus que construía. Não foram poucos povos que caíram nessa armadilha civilizada.

O governo brasileiro organizou para este ano os Jogos Mundiais Indígenas. Aconteceu na cidade de Palma (TO) a partir do dia 23 de outubro deste ano. Os jogos foram marcados por protestos e a maioria dos povos indígenas buscou convencer seus parentes a não participar dos jogos.

Com os jogos o estado brasileiro tenta encobrir sua intenção e legislação genocida. Quer que o resto do mundo veja com têm sob seu controle as populações indígenas que submete. Fabricam a ilusão de que todos os povos ameríndios estão satisfeitos, que foram atendidas todas suas demandas. Escondem o fato do Brasil estar adotando uma legislação que cada vez mais genocida e fascista que ameaça a existência das novas gerações.

A consciência nos leva a repudiar toda forma de distração estatal. Somos contrários a realização de novos jogos mundiais indígenas, e seguiremos sendo até que todas as demandas indígenas e quilombolas por terra e dignidade sejam atendidas!